A opinião de ...

SABER ESCOLHER

 
É inevitável falar das eleições autárquicas. No próximo dia 1 de outubro, temos a oportunidade de escolher quem nos há de governar no município e na freguesia. Um direito inalienável, conquistado a pulso e que deve ser exercido e não esquecido. Um dever de cidadania inerente a uma sociedade democrática.
Em tempo de banhos e romarias e não obstante a canícula, a seca extrema e os incêndios, a pré-campanha andou animada, sobretudo nas redes sociais. A criatividade (ou falta dela) dos cartazes fez as delícias dos comentadores de sofá. Os debates televisivos e radiofónicos, desejáveis e necessários, bastas vezes não cumpriram o objetivo primordial de esclarecer os eleitores, dando-lhes a conhecer os diferentes projetos em confronto. Se nas eleições para os governos locais se “vota muito em pessoas e não tanto em partidos” – a afirmação é da Isabel, transmontana como eu, que encontrei numa aldeia despovoada -  isso não desobriga ninguém de conhecer o programa de cada candidatura para fazer uma escolha informada e consciente. Só conhecendo e comparando os diferentes projetos políticos se pode tomar uma decisão livre e responsável.
É imperativo conhecer as pessoas, o seu percurso profissional e político, o que já fizeram e o que se propõem fazer para ordenar o território, preservar o património, valorizar o ambiente, a educação e a cultura, dar perspetivas de futuro à população jovem e garantir mais bem-estar a todos. Falar dos programas eleitorais é falar da vida das pessoas. O governo de proximidade é, por definição, o mais bem colocado para conhecer os problemas e ajustar as soluções. A administração local exerce já uma vasta gama de competências que podem ser reforçadas. Quarenta anos de poder local permitem concluir que é necessária uma nova geração de políticas autárquicas. Com a descentralização de competências proposta pelo PS, abre-se um novo ciclo de políticas em áreas determinantes para combater as assimetrias e promover o bem-estar, como a educação, a habitação e a saúde.
Os partidos não são todos iguais tal como os programas e as pessoas que os vão executar são diferentes. É preciso comparar.  E ponderar o que não foi feito e é imperioso fazer, e o que foi mal feito e seria preferível não fazer. Aos que se atêm ao dualismo geográfico, opondo o país urbano e o país rural, o PS contrapõe a valorização de uma sociedade plural, mas harmoniosa.  Quer ao nível do Governo quer ao nível das Autarquias a que preside, o PS tem provas dadas no combate às assimetrias regionais e às disparidades territoriais e na promoção de um Portugal cuja diversidade não põe em causa o equilíbrio do todo e a solidariedade inter-regional. Por isso criou a Unidade de Missão para a Valorização do Interior. Por isso apresentou ao Parlamento português um conjunto de diplomas para reforço das competências das Autarquias que, nas palavras do primeiro-ministro António Costa, são um “motor do crescimento económico e da criação de emprego”. Mas é preciso ir votar e saber escolher, acrescento eu. 

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