A opinião de ...

Atualidade Política Afinal..... Todos meteram o pé na argola

Numa das quinzenas mais ridículas da actualidade política nacional, esta situação acabaria por se agravar com o espectáculo vergonhoso e degradante proporcionado ao país pela transmissão televisiva de mais uma sessão da audição do Sr. Comendador Berardo no âmbito da Comissão de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos. O nível foi tão baixo, que teria sido bem melhor para todos que tivessem feito a vontade ao Senhor Comendador, evitando-se assim que, pelas piores razões, esta semana ficasse para a história como uma das imagens mais negras e aviltantes da política pós ditadura, na qual todos os figurantes intervenientes, evidentemente uns mais do que outros, acabaram por meter o pé na argola, confirmando, agora em direto e a cores, a falta de estatura politica e de sentido de estado, de perfil e das qualidades mínimas exigíveis a todos aqueles que têm a veleidade, a coragem e o desplante (talvez fosse mais ajustado dizer a lata), de querer governar um país.
Como que por encanto, quem sabe até se não por obra e graça de um qualquer mágico ou habilidoso prestidigitador politico, as grandes questões de interesse comum, como que por milagre, desapareceram da agenda politica, deixando campo aberto para que a mediania intelectual possa continuar a entreter-se caçando moscas e, com laivos de saloia intelectualidade, discutir o sexo dos anjos, calando os remorsos da sua incompetência com a esperança de que alguém virá atrás para fechar a porta. As grandes questões estruturantes e de interesse comum, cuja resolução se torna cada vez mais urgente, porque, numa perspectiva imediatista, a sua implementação poderia afastar meia dúzia de votos, essas e outras que esperem sentadas, até que um súbito passe de mágica as venha resolver. Se não vejamos:
- Alguém, com um pingo de vergonha, teria engolido calado ou deixaria esquecer a vergonhosa situação de nepotismo, que manchou irreparavelmente a imagem da actual governação?
- A recuperação do tempo dos professores que, de empolada que foi, quase parecia o início duma nova batalha de Aljubarrota, causou estragos e, porque ninguém apresentou uma solução racional, é inegável que dela ninguém saiu limpo, deixando por saldar muitas contas e promessas que, mais cedo ou mais tarde, e então com juros, alguém terá que as pagar;
- Dos fanáticos da exclusividade do Serviço Nacional de Saúde, seria curioso saber quantos utilizam a medicina privada, quantos passaram pela maravilha do serviço de urgência dum hospital público, e/ou pelo drama de esperar semanas, meses ou até anos por uma consulta de rotina ou uma cirurgia, esperas não raro resolvidas com a frieza da certidão de óbito. Para falarem com conhecimento de causa, se nunca o fizeram, sugiro que o façam na primeira ocasião, e deixem a cada um a liberdade de escolher o que lhe parecer melhor.
- A laia de epílogo, “chapeau” para a Comissão de Inquérito à CGD pela maneira ridícula como se deixou achincalhar pelo Senhor Comendador, dando-lhe a oportunidade de, quando lhe aprouver, rebaptizar, o “nosso querido torrão lusitano”, deixando de se chamar Portugal para se chamar apenas o reino da “Joeberardolândia”!
Porque estamos em campanha para as eleições europeias do próximo dia 26 de Maio, por causa das bruxas, depois de votar, contamos voltar depois daquela data.

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