A opinião de ...

Excelente 2019

É da praxe desejarmo-nos um ano novo bom e, por isso, aqui estou a desejar um BOM 2019 a todos os leitores de Mensageiro de Bragança.
Gostaria, em primeiro lugar, que não houvesse nem pobres nem doentes. E, em segundo lugar, que toda a gente quisesse trabalhar e tivesse trabalho remunerado acima dos 750 euros mensais. Sinto que estou a pedir muito mas sonhar ainda não é proibido. E, além disso, não estou a pedir mais que a média dos ordenados mínimos europeus face ao PIB de cada país.
Gostaria, em segundo lugar, que todos fôssemos cidadãos e entendêssemos que o Estado somos todos nós e que, quando o Estado falha, falha também um pouco de nós. Temos de ser mais interventivos na denúncia de infracções, de omissões, de irresponsabilidades e de malfeitorias. E também mais assertivos no elogio das coisas bem feitas.
Os anos de 2017 e de 2018 foram os anos de maior consciencialização sobre as falhas do Estado por omissões e responsabilidades dos agentes de diversas das suas estruturas. De pouco adiantará esta consciencialização se nada mudar.
Também o ano de 2018 foi de maior inversão na tendência para a diminuição dos acidentes nas estradas. Voltou a haver mais acidentes, mais mortes e mais feridos. É preciso tomar consciência de que cada morto nas estradas custa, em média, quatro milhões de euros, no espaço EU, entre nascimento, alimentação, saúde, educação, inserção profissional e seguros. É um preço demasiado elevado pela morte. Por isso, é melhor desejar que haja um agente da polícia ou um soldado da GNR a vigiar constantemente as nossas estradas.
O ano de 2019 trará conflitos eleitorais. Ao tradicional tandem entre Esquerda e Direita, acrescentar-se-á a dúvida sobre o crescimento da Extrema-Direita. Não parece ser o caso de Portugal mas, na Andaluzia, na França, na Itália, na Alemanha, na Áustria, na Dinamarca e na Suécia pode ser ou já é. Mais do que censurar os votantes há que procurar explicações para o voto. E entre as causas deste parece haver razões muito lógicas, sobretudo as da insegurança e as da perda de liberdades. Curiosamente, votar na Extrema-Direita para garantir as liberdades parece ser um sinal contraditório dos nossos tempos.
No mundo, Donald Trump tarda em perceber que, para se opor à China, precisa de uma aliança com a Europa e com a Rússia. Todos juntos ainda representam bastante menos gente que a China. O caminho do isolacionismo pode levar a Grã-Bretanha e os EUA para o suicídio. Nunca pensei enganar-me tanto sobre o funcionamento da democracia nos EUA. Afinal, o Presidente tem poderes executivos demasiado amplos que as outras instituições não conseguem controlar.
No mundo ainda, o radicalismo religioso e teocrático (que quer destruir o Estado Laico) constitui-se já como uma ameaça de risco elevado. Como recomendou John Locke, é conveniente não ser tolerante para com os intolerantes, mesmo que, misericordiosamente, os acolhamos.
Feliz e excelente 2019.

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