Armando Fernandes

 

 

Congressos transmontanos

O Engenheiro António Jorge Nunes é transmontano nato e bragançano de antes quebrar que torcer, diligente e empenhadíssimo do progresso múltiplo do seu concelho sem concessões mesmo que veniais a quem gordo ou magro, bojudo de prosápia, especialista de banalidades repletas de ornatos fingidores, ou entendido armado em bebedor do fino político e/ou cortesão nos meandros do poder. Dos poderes.


ABRIL Abriu!

Abriu portas à Liberdade? Abriu, mesmo para quem a desdenha, defensor da Santa Liberdade que não abrangia os patuleias da Maria da Fonte, que no consulado salazarista a exclusão atingia muitos cidadãos inibindo-os devotarem.


O governo e a oposição

No editorial de 24 de Março o Director deste jornal abordou ao de leve a composição do novo governo, acertando em cheio na alvo no que às saídas de ajudantes de ministros (secretários de Estado) de catadura nordestina. Parabéns pelo acerto.
Ficou Isabel Ferreira nessa grelha governativa, Jorge Gomes retirou as luvas de deputado, a política em Bragança ganha apuro de caldos no futuro, pois também na oposição (leia-se PSD) a sopa está grossa, a ferver lentamente, até regurgitar e saltar a tampa da panela.


O que aí vem?

As pitonisas televisivas advertem para as consequências da miserável (como todas são) guerra na Ucrânia eivada de situações de terrível selvajaria indigna dos Humanos ditos civilizados. Por seu turno os oráculos especialistas de tudo e mais alguma coisa previnem-nos sobre a vinda de um Novo Mundo (sem o brilho de Aldous Huxley) só faltando dizerem-nos a data do Apocalipse.


O lento retorno

A lente caiu, fiquei privado de claridade, o conceituado oftalmologista bragançano António Sampaio operou-me, agora recupero ao ritmo dos antigos comboios galegos amofinando-me os dias neste tempo de cólera destilada até à embriaguez por sevandija da estepe a que também chamo Putin, eufemismo benevolente por respeito à sua Mãe, ao povo russo em geral, aos seus geniais criadores artísticos e literários sem esquecer cientistas, sábios incluindo os portugueses ali instalados a ensinarem a fazer/fazendo, um deles nado numa aldeia de Bragança a lutar contra os nazis na II guerra mundial.


A Debandada

Desde 30 de Janeiro que estamos a verificar que as eleições legislativas provocaram vivazes revoadas de políticos a deixarem os seus ninhos e outros a encolherem-se nos nichos à espera que a ventania passe esperançados no rápido regresso do bom tempo, do chilreio dos passarinhos, da bonança de modo a suste-los no arame quais artistas circenses, entenda-se no palco (mesmo que exíguo) da política nacional.


E agora? O laranjal Feneceu.

Agora abóbora. O laranjal do Nordeste amanhado pelo hortelão cabeça de lista às eleições legislativas, Adão de seu nome feneceu, estando agora cercado de rosas cujos espinhos vão picar, pelo menos durante quatro anos. Causas? Múltiplas, a principal o facto de se considerar a horta e pomar perenes, ao modo da canção amigos para sempre, escorada numa exclusividade dos nossos, quanto aos outros que se amanhem.


Filistinistas

As próximas eleições para a escolha do líder que nos vai governar a sós ou comandita, mais uma vez, estão a revelar o exacerbado filistinismo de analistas e comentadores da nossa praça, não da canção do poeta Alegre, sim da verborreia das paixões enganosas na maioria das vezes a ilustrarem a acuidade da máxima inglesa: «as pessoas recebem dolorosas desilusões por muito se iludirem».


O tempo

A ínclita Marguerite Yorcenar foi capaz de escrever suculentamente sobre as rugas da História da Humanidade, legando-nos a obra lapidar – O Tempo esse grande escultor – no qual revolve as tripas da condição humana obrigando-nos a reflectir acerca da Clepsidra que nos acompanha até à finitude.


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