A Grécia, Portugal e a Europa

Vivemos um tempo onde a vertigem dos acontecimentos deixa pouco espaço para uma reflexão cuidada e que sustente uma visão estratégica a prazo. O mundo, e naturalmente a Europa, são governados por poderes ocultos, não escrutináveis, que têm destruído equilíbrios absolutamente fundamentais que vão do ambiente à economia e da demografia à coesão social. O dinheiro, e o poder que incorpora, está sob a alçada de um punhado de “gigantes” que amedrontam e condicionam a vida das sociedades e dos povos.


Sócrates: O processo

Confesso a minha estupefação ao ter sido surpreendido pela notícia radiofónica da detenção de José Sócrates e, antes de ouvir mais nada, veio-me à memória a possibilidade de, num acto tresloucado, ter assassinado alguém. Segundos depois percebi que, afinal, à hora marcada, magistrados, polícias, televisões, jornais e rádios aguardavam ansiosos a chegada do avião em que José Sócrates viajava de Paris para Lisboa para o deterem para um interrogatório sobre matérias sobre as quais não havia indícios de “crime de sangue” nem de flagrante delito grave.


António Costa: mobilizar Portugal e os portugueses

Confesso que desde há bastante tempo tenho sido desconfortado com esta sensação tão desanimadora de não sentir qualquer estímulo para a intervenção política. A degradação da qualidade da democracia, o abandono dos melhores e mais competentes da militância partidária, a ascensão às lideranças dos partidos do arco da governação de pessoas que são o produto dos “aparelhos partidários”, o domínio dos partidos por lógicas de aparelho que afastam os cidadãos da intervenção política, tudo isso me fez afastar do entusiasmo com que durante toda a minha vida intervim na política partidária.


Uma economia que mata

O Papa Francisco caracterizou, através da sua exortação ao Mundo e, particularmente à Igreja, o atual estado da sociedade global, onde a globalização da indiferença fez do egoísmo, da segregação social e do controlo dos circuitos da finança a maior praga de exclusão e pobreza, onde cada pessoa é uma coisa, um número, ou apenas um resíduo de um mecanismo a que alguns se atrevem a chamar de economia do conhecimento e dos intangíveis.


O fim do Euro??

A eurolândia a que os alvores dos idos anos 90 do século passado faziam referência como sendo o espaço onde se reuniam, ao fim de séculos de lutas sangrentas e juncadas de cadáveres, os povos mais cultos e mais desenvolvidos do mundo deixou de ser um modelo de referência e é hoje, muito provavelmente, o símbolo de uma agonia que resulta de um processo de autoenvenenamento compulsivo. 


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