Autarquia pediu para aumentar apoio à cura do cancro do castanheiro

O Município de Bragança solicitou à entidade gestora dos fundos comunitários um aumento de comparticipação do apoio ao tratamento do cancro do castanheiro para fazer face às necessidades identificadas no concelho de Bragança.

Em declarações ao Mensageiro, o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, explica, assim, o atraso no projeto de tratamento das doenças do castanheiro face ao verificado em concelhos vizinhos (como Vinhais, por exemplo, que já está no terreno).

“Quer o município de Bragança quer o de Vinhais, trabalhámos em conjunto no sentido de formalizarmos as candidaturas ao PDR para podermos fazer o tratamento do cancro e da tinta do castanheiro. O volume de investimento para o cancro do castanheiro é mais expressivo. Entretanto, lançámos um procedimento, de acordo com o que foi a aprovação da candidatura, e o concurso ficou deserto”, explicou o autarca brigantino.

A única entidade licenciada para a produção e fornecimento do produto para o tratamento do cancro do castanheiro é o Instituto Politécnico de Bragança [o produto é o dictis], que optou por não concorrer face aos baixos valores do concurso aberta pela autarquia. “Verificámos que a candidatura de Bragança tem um valor e a candidatura de Vinhais tem outro. Isso prende-se com o número de árvores a tratar. Em Bragança são 75 mil, em Vinhais são cerca de 45 mil. Significa que o valor, sendo mais ou menos idêntico em termos gerais, dividido por árvore dá um valor muito inferior em Bragança”explicou Hernâni Dias.

O que significa que, efetivamente, o valor do tratamento por árvore em Bragança é financiado a menos três euros do que em Vinhais.

“Quando lançámos o procedimento concursal, o IPB não teve forma de dar seguimento à candidatura pois não podia adjudicar por um valor inferior ao que iria cobrar o prestador de serviços”, acrescentou o autarca

Por isso, o Município pediu o aumento da comparticipação europeia.

“Estamos a fazer já a abordagem ao PDR no sentido de podermos ajustar o valor ao número de árvores a tratar, para que o IPB possa concorrer e possamos ir para o terreno tratar as árvores que precisamos de tratar.

A candidatura é de cerca de um milhão de euros, o financiamento é de pouco mais de 700 mil.

Aguardamos que o PDR nos possa permitir este ajustamento”, frisou Hernâni Dias.

O autarca considera que seria “injusto” a Câmara de Bragança ter de colocar mais dinheiro do que os restantes municípios.

“Nós já estamos a por 15 por cento, como todos os municípios. Não temos de ser obrigados a colocar mais financiamento do que aquele que colocam os outros municípios. Seria uma atitude discriminatória e nós não pretendemos que isso aconteça.

Daí estarmos a trabalhar para fazer esse ajustamento”, concluiu.