Editorial - António Gonçalves Rodrigues

A importância de um voto

O meu avô António era um tipo peculiar. Criado no seio de uma família de lavradores, durante o Estado Novo, desenvolveu uma série de regras mentais e temores. Sempre me disse, em período eleitoral, que era importante ir lá à urna deitar o voto. Não tanto pela preponderância da escolha mas “para que eles [subentendia eu que eles eram os que mandavam] não vejam depois nos cadernos quem não votou” e não prejudicassem os abstencionistas.


Campanhas

Cada vez mais se percebe menos o que cada partido defende durante a campanha eleitoral para as Legislativas. Com três atos eleitorais em menos de seis anos (2019, 2022 e 2024), à razão de uma campanha a cada dois anos, tem-se assistido a uma ‘futebolização’ da política.
Correndo o risco de me repetir, aquilo que se vê nas televisões, ouve nas rádios e lê nos jornais nacionais, é a repetição de frases feitas e resposta a perguntas sobre a polemicazinha do momento, com a análise exaustiva do discurso durante as horas seguintes, sobretudo à noite.


Quem nos dá de comer...

Tem sido entretida a campanha eleitoral, com intensos e longos debates nas televisões... entre comentadores, sobre os curtos e vazios debates dos candidatos.
No meio do ruído da discussão, não se ouve nenhum argumento. O problema é que cada vez se discute pior.


Lutas e lutas

Ao longo dos últimos oito dias, a agricultura no Nordeste Transmontano passou por vários estados de alma, indo do assalto ao sobressalto, até terminar no expectante.
Desde a passada quinta-feira que os agricultores da região deram mostras de uma união pouco comum, uma conjugação de esforços e vontades raras de se ver cá pelo burgo.
A manifestação, que nasceu de um descontentamento generalizado do setor, levou ao ajuntamento de cerca de duas centenas de tratores no coração do distrito e, inclusivamente, ao corte da A4.


Comprometimento

Enquadrado nos 80 anos da Consagração do Concelho de Alfândega da Fé ao Coração Imaculado de Maria, aquela vila acolheu o congresso denominado “IMPLICA-TE”, que contou com a intervenção do bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, a fechar os trabalhos (ver noticiário na página 24).


Agora, escolha

Há 37 anos, a RTP estreou um programa que se popularizou rapidamente, apresentado por Vera Roquete.
Chama-se ‘Agora escolha’ e permitia ao espectador escolher uma de duas séries para ver, através do voto telefónico, enquanto passava em antena uma outra série.
Trinta e sete anos depois, a escolha dos deputados ainda não é feita diretamente por um programa de televisão (se calhar, porque ainda ninguém pensou nisso), mas tem dado pano para mangas e verdadeiras novelas, com juras de amor, paixões e traições.


Comunicar em democracia

“Comunicar é a coisa mais humana que existe.” A frase é do Papa Francisco e foi proferida na passada sexta-feira na audiência aos responsáveis ​​pela comunicação das dioceses, das congregações religiosas, das associações e movimentos católicos, das novas comunidades e paróquias na França.


Primeiros sinais

Os próximos dias serão pródigos em notícias sobre política no Nordeste Transmontano. É, por isso, conveniente estar atento ao Mensageiro de Bragança.
O Congresso do Partido Socialista do passado fim de semana deixou já claros alguns sinais sobre o que se poderá passar num futuro próximo.
Desde logo, o autarca de Macedo de Cavaleiros e candidato assumido a umas eleições para a Federação Distrital do PS que não se realizaram devido à queda do Governo, sai fragilizado de todo o processo.


Recomeços

Com a entrada num novo ano, o de 2024 da nossa Era, fazem-se balanços e apontam-se caminhos. Muitos fazem resoluções, mais como bengala psicológica do que como caminho de facto a seguir (quantas vezes decidiu perder peso, fazer uma alimentação mais saudável ou ler ‘aquele’ livro?).
Na missa de Natal, o Papa Francisco lembrava que “dizer sim ao Príncipe da paz é dizer não à guerra, à própria lógica da guerra e a todas as guerras”.


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