Poiares mais maduro não sustem irreverência Africana
Africanos mostram argumentos para subir na classificação. Maior experiência do Poiares não bastou no combate aos estudantes, mas valeu um resultado magro. Só a lucidez de Kelvyn bateu o calejo de Constâncio.
Podia dizer-se que o resultado pecava por escasso e que o jogo teve um único sentido, mas isso não seria de todo justo. A verdade é que o Poiares mostrou ser uma equipa ‘calejada’ (talvez o termo que melhor se adequa). Cientes das sua fraquezas, os homens de Poiares sabiam que não deviam entrar em correrias desnecessárias e que atacar em grande número podia significar desvantagem no processo de recuperação defensiva. Porém, Andrés Lopez não quis encaixar a sua equipa num “autocarro”, defendendo num bloco alto e apostando em contra-ataques rápidos com poucos elementos (sempre orquestrados por Bruno Bata). Esta maneira de jogar deixava os Africanos mais longe da baliza de Constâncio, mas não evitava alguns sustos (como o remate ao poste de Kiki, aos 24’, ou de Kelvyn, aos 30’). Os Africanos sentiam-se superiores ao adversário e com capacidade de ganhar o jogo, mas a eficiência do Poiares a defender deixava os ‘estudantes’ nervosos e displicentes. Eles tinham corrido mais do que o adversário e o golo teimava em não aparecer. Só uma boa palestra ao intervalo poderia alterar o rumo dos acontecimentos. José Angélico, o adjunto que neste jogo substitui o castigado Vítor Reis (suspenso por mais 30 dias), deu umas afinações à equipa, como a entrada de Seevan para o meio campo (o que trouxe outra capacidade de choque, ganhando mais espaço no meio campo adversário). Tudo isto surtiu efeito e não tardou Kelvyn (o mais lúcido dos Africanos durante todo o encontro) em marcar. Isolado, de caras com o guarda-redes, Kelvyn optou por tentar o chapéu a Constâncio (irrepreensível durante todo o jogo), que não teve hipóteses de defesa. O rasgo momentâneo de Kelvyn, que contrastou com a falta de recursos africanos para romper com a solidez do Poiares, valeu os três pontos.