Presidente da República marcou presença no funeral dos dois bombeiros mortos em serviço
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou hoje presença no funeral dos dois bombeiros de Vinhais que morreram num acidente, quinta-feira à tarde, quando se dirigiam para um incêndio em Travanca.
O quartel dos bombeiros vinhaenses recebeu hoje os corpos das duas vítimas para uma cerimónia de despedida e homenagem, que contou também com a presença de Patrícia Gaspar, Secretária de Estado da Proteção Civil, de vários autarcas do distrito, diversos comandantes de bombeiros e da Proteção Civil e o presidente da Liga dos Bombeiros, para além de um magote de populares que fizeram questão de se despedir dos seus heróis.
"A minha primeira palavra é a coragem. É preciso ser-se corajoso para ser bombeiro. Todos temos que ter coragem no dia a dia mas há quem, elas e eles, que têm que ter mais coragem todos os dias. Expondo a sua vida para salvar a vida dos outros", disse o Presidente da República, num discurso com cerca de cinco minutos.
"A Neusa teve coragem. O Carlos teve coragem. Nasceram e morreram bombeiros", afirmou o chefe de Estado, visivelmente emocionado com esta tragédia, sublinhando que a segunda palavra que queria referir é paixão. "Ser-se bombeiro implica paixão. A paixão de servir os outros. Servir sempre 24 horas por dia. Dia e noite. Mais no verão, mas também no inverno. Todas as estações do ano. Toda a vida", frisou o Chefe de Estado.
"Nós, portugueses, somos uma família mas dentro dessa há famílias. Eu aqui quero acompanhar a dor das duas famílias que viram partir quem não devia partir tão cedo. A família dos bombeiros. A Neuza foi bombeira porque os irmãos eram bombeiros e quis o destino que partisse nos braços de dois irmãos que puderam salvar quem puderam, mas não a puderam salvar nem a irmã, nem o Carlos", disse ainda o Presidente, causando comoção entre os irmãos de Neuza Guedes, os primeiros a acorrer ao acidente.
O Presidente continuou, falando de "gratidão" para com os bombeiros.
""Não sabemos como exprimir a nossa gratidão à Neuza e ao Carlos e neles a todas as bombeiras e bombeiros de Portugal", frisou porque "às vezes só nos lembramos deles quando o calor aperta, surgem os fogos, quando há aflições, quando tememos tragédias. Porque nós sabemos que eles estão lá", disse, antes de falar em "vida".
""Para estes heróis a partida foi um símbolo de vida. Eles partiram deixando todos nós em perda, sobretudo a família e os companheiros de luta, sobretudo as bombeiras e bombeiros de Portugal", concluiu.
Seguiram-se duas eucaristias, presididas pelo bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro.