A opinião de ...

Matematicamente pensando: Os alunos de atores a autores

 
Começou mais um ano letivo. Como sempre, os professores desejam ensinar o melhor possível, os alunos desejam aprender o mais possível, os encarregados de educação desejam os melhores resultados para os seus educandos, e as instituições educativas e o Ministério da Educação desejam que o ano letivo decorra com tranquilidade e sucesso para todos os envolvidos. Podemos admitir que todos os envolvidos na educação das crianças e dos jovens querem o melhor sucesso em cada uma das dimensões associadas ao processo de ensino e aprendizagem.
Para atingir o tal sucesso desejado há muitas questões que cada uma das pessoas ou entidades envolvidas deve colocar. Como o elemento essencial do sistema educativo é o aluno, nesta reflexão vou dar principal atenção a questões associadas aos alunos no contexto educativo, orientando a reflexão a partir das questões: O que o aluno espera dos professores e dos pais? O que o aluno pode fazer? Qual é a importância dos conteúdos que o aluno deve aprender?
Admito que as questões apresentadas têm tantas respostas quantos os leitores, e cada tentativa de resposta abre novas questões, que desafiam novas respostas. Como ao escrever sou o primeiro leitor, vou tentar dar algumas respostas às questões apresentadas privilegiando o papel dos alunos e as suas relações com o processo de ensino aprendizagem.
É comum encontrar pessoas essencialmente focadas no que esperam dos outros, enquanto outras se focam no que querem dar, ou dedicar, aos outros. Parece-me que o mais justo assenta na partilha, ou seja no dar e no receber. Assim, é neste dar e receber que deve assentar o equilíbrio para viver de uma forma sã e socialmente correta.
Assumindo o papel de aluno, quero que os professores entendam a minha forma de viver, de pensar e de me relacionar com os outros. Quero que me considerem como pessoa, respeitem as minhas opiniões, as minhas ideias e convicções, me chamem pelo nome, me deixem pensar antes de responder, me mostrem a utilidade do que querem que aprenda, me ajudem a ser um ator na construção de conhecimento útil para mim e para viver em sociedade e reconhecimento pelo meu esforço. Quero que os pais me oiçam falar sobre a escola, partilhem os aspetos positivos que decorrem em cada dia, e acima de tudo que nunca me julguem antes de me ouvir.
Um problema enorme para muitas pessoas consiste em não definirem metas a atingir a curto ou a longo prazo. No caso dos alunos, saliento como metas, dar respostas às questões: O que devo fazer em cada dia da semana? O que devo atingir em cada semana? Em cada mês? Em cada ano? O que quero fazer quando concluir o ciclo de estudos? Responder a estas questões obriga à criação de compromissos e de responsabilidades. Responder a estas questões implica a obtenção de resultados coerentes com as metas individuais, aumentando a capacidade de reflexão e de autonomia.
Sempre ouvi a frase “uma grande caminhada começa com um pequeno passo”, e é este pequeno passo que por vezes altera o percurso académico e a vida de muitas pessoas. No fim de cada ano é comum encontrar alunos a dizerem que podiam ter feito, mas …, sugiro que no início de cada ano elaborem horários para trabalhar e para se divertirem. Não são as horas de diversão ou de atividades extra curriculares que prejudicam os estudos, mas a ausência de horas de trabalho nos domínios que são objeto aprendizagem e de avaliação nas diferentes disciplinas.
É relevante saber qual a importância para o aluno dos conteúdos curriculares, e por outro lado, se os conteúdos estão claramente definidos nos programas das disciplinas de que forma o aluno pode passar de ator, fazendo o que o professor quer que faça, copiando para o caderno o que o professor diz, ou ouvindo com atenção o professor, para autor com vontade própria centrando mais o seu papel na ação do que na representação. Sobre os conteúdos deve pensar que a ciência só é consolidada ao fim de muitos anos, com muitos avanços e recuos e que os principais resultados científicos quando são utilizados a favor da sociedade já se esqueceram quase todos os autores que contribuíram para o seu sucesso, por isso, considero importante que se queira saber para que serve cada conteúdo, mas irrelevante o tempo necessário para obter resposta. Passar de ator a autor assenta essencialmente 

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