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D. Nuno Almeida falou sobre a ecologia integral, a amizade social e a fraternidade universal e a misericórdia

Publicado por . em Qui, 2023-08-10 09:24

O bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, participou, como orador, em três catequeses rise up, inseridas no programa da Jornada Mundial da Juventude, na semana passada, em Lisboa, tendo falado respetivamente, sobre a ‘cologia integral’, sobre ‘a amizade social e a fraternidade universal’ e a “misericórdia.
Na quarta-feira, na Amora, D. Nuno Almeida sublinhou que “partindo da verdade que este tempo tornou mais límpida e que o Papa Francisco nas suas duas encíclicas Laudato Si e Fratelli Tutti não se cansa de repetir: Tudo está ligado, tudo está em relação”. “É uma verdade de fé, mas também uma verdade existencial, e realmente uma verdade científica. Afirmava Albert Einstein: “As coisas estão unidas por ligames invisíveis. Não podes colher uma flor sem perturbar uma estrela”. Por isso, para que haja a possibilidade de um novo início, é preciso renovar a nossa visão do ser humano e do mundo.
É preciso um olhar integral que abraça o pensamento, a vida quotidiana e as obras dos seres humanos. Tudo está em relação de reciprocidade. Somos relação antes de ser indivíduos. É o paradoxo humano: quantas mais e melhores relacionamentos temos, mais nos tornamos quem somos”, sublinhou o prelado.
“A IRMÃ TERRA CLAMA contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou”, apontou.
“A contínua aceleração das mudanças na humanidade e no Planeta junta-se, hoje, à intensificação dos ritmos de vida e trabalho…Embora a mudança faça parte da dinâmica dos sistemas complexos, a velocidade que hoje lhe impõem as ações humanas contrasta com a lentidão natural da evolução biológica.
A isto junta-se o problema de que os objetivos desta mudança rápida e constante NÃO ESTÃO NECESSARIAMENTE ORIENTADOS para o bem comum e para um desenvolvimento humano sustentável e integral. A mudança é algo desejável, mas torna-se preocupante quando se transforma em DETERIORAÇÃO do mundo e da qualidade de vida de grande parte da humanidade. (LS’ nº 18)”, disse.
Já na quinta-feira, na Arrentela, o bispo de Bragança-Miranda refletiu sobre a amizade. “Compreendemos que não somos ilhas, mas arquipélagos e que cada pequena ação tem consequências sobre os outros, que a soma dos egoísmos não produz o bem comum; pelo contrário, egoísmo e incúria incrementam perigos também para nós”, disse. “Precisamos de descobrir as riquezas de cada um, valorizar aquilo que nos une e olhar as diferenças como possibilidade de crescimento no respeito por todos” (FT 134). Com a força suave do Espírito Santo, a Palavra de Deus, portanto, filializa-nos, fraterniza-nos e humaniza-nos (oferecendo-nos sempre de novo a capacidade de amar)”, sublinhou. “Nenhuma gota de amor (ágape) se perde na terra. O amor abre o horizonte e transforma as dificuldades em possibilidades, é o fermento e o sal de todo o bom pão. O mundo não morre de frio, e a vida recomeça em cada manhã, porque existem pessoas capazes de amar”, apontou o prelado.
Por fim, na sexta-feira, na paróquia de Carnide, D. Nuno Almeida lembrou que “a misericórdia é um diamante de altíssimo valor: sólido e delicado ao mesmo tempo; verdadeiro e transparente na sua simplicidade; brilhante pela vida e alegria que irradia”. “Compaixão, solidariedade, ternura e perdão são as suas faces, por onde se reflete – em raios coloridos – o amor recriador de Deus. Hoje, somos nós os herdeiros deste tesouro”, disse. O bispo de Bragança-Miranda recordou que “a misericórdia não consiste apenas na prática de um conjunto de boas obras. É um “estilo de vida” que ilumina, se cultiva e se manifesta em todas as dimensões da existência humana, na forma de pensar (mente), de sentir e de se relacionar (coração) e de agir (mãos e pés

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