F. Costa Andrade

Membro do MPN, CPLGSP e ONE

Nos cinquenta anos do 25 de Abril, uma pergunta “fora da caixa”

Exatamente, esta é a pergunta que, não obstante as limitações do espaço disponível, das lonjuras de tudo e de todos deste nosso Nordeste Transmontano, para que vou pedir resposta neste primeiro cinquentenário do já tão longínquo como saudoso 25 de abril de 1974, na plena convicção de que, da mesma forma que possa ser do agrado de muitos, num país democrático como Portugal, com toda a modéstia, porque “ quem anda à chuva molha-se” também reconheço e aceito que possa desagradar a outros tantos mas isso, meus caros, é problema deles que, connosco tudo bem.


Aviso a Navegação

Porque há valores e princípios que, ao contrário da civilização do fátuo e do descartável, sobrevivem para além das flutuações dos tempos e resistem à volatilidade de tudo o que é efémero, milhares de anos depois da época áurea das culturas da antiguidade clássica, na crise de valores e de princípios que assola as civilizações da atualidade, seria aconselhável e extremamente importante que, para a sua valorização pessoal, todos os atuais e futuros responsáveis políticos, revisitassem frequentemente a história e os princípios que, durante séculos, orientaram o modo de pensar e de proceder


Quem tem pressa... come cru!

É natural e compreensível que muita gente, tendo em conta a difícil situação que o país atravessa em muitas áreas nevrálgicas e extremamente sensíveis, que afetam o seu dia a dia, depois de uma campanha eleitoral, que as bombardeou com toda a espécie de promessas, muitas das quais, sem a mínima hipótese de concretização, fruto da desonestidade, da irresponsabilidade e da demagogia anacrónica como os candidatos organizam as suas campanhas, tenham criado a ilusão de que agora é que vai ser , agora é que as coisas vão mesmo melhorar e, como tal, estejam impacientes e tenham pressa de verem cu


Prudência e caldos de galinha não fazem mal a ninguém

Nesta semana de abril em que tomou posse o governo minoritário da Aliança Democrática, saído das recentes eleições legislativas, nas quais o povo, livre e democraticamente, expressou a sua vontade de mudança, porque as coisas, nas atuais circunstâncias e num país como o nosso, não estão para brincadeiras, espera-se e exige-se de todos, oposições, governantes e governados, a lucidez necessária para fazer a análise da situação real do país, evitando assim que ele entre por caminhos sem retorno, caia em poços sem fundo, e se torne vítima fácil de todo o género de demagogias e aventureirismos


GOVERNO A SÉRIO, OU TODOS DENTRO DA CAPELA SISTINA!

Calma, minha gente, que ninguém está a pedir que os egrégios, ilustres e insignes representantes do nosso povo sejam metidos atrás das grades, depois de no dia dez de março terem vivido o seu dia de glória e serem catapultados para os píncaros da fama.
Na certeza de que, para alguns deles, seria desejável que depois de se deleitarem com o “status” inerente aos assentos das cadeiras do hemiciclo de S. Bento, de vez em quando, fizessem um período de recolhimento no silêncio duma cela para reverem no filme das sessões a triste figura que protagonizam na Assembleia da República.


Notas soltas do dia seguinte às eleições

Mais uma vez, à semelhança do que tem acontecido na maioria das eleições do pós 25 de abril, a grande mensagem que ressaltava à vista, à medida que iam sendo divulgados os resultados da contagem dos votos apurados nas eleições legislativas do passado dia dez de março, salvo honrosas exceções, era a incompreensível e injustificada curiosidade doentia de saber se foram “os nossos” que ganharam e por quantos ganharam, bem como por quanto perderam “os outros”, como se ganhar umas eleições legislativas fosse exatamente o mesmo que ganhar as eleições para a Direção dum clube de bairro, Gestão dum


Uma campanha pobre demais para ser verdade

Ao contrário do que seria espectável, quanto mais a campanha eleitoral se foi aproximando do fim, mais a imagem dos candidatos e o mérito das propostas e das suas linhas programáticas, muito semelhantes a uma compilação de anedotas vulgares e de muito mau gosto, resvalou para um atentado soez e imbecil à inteligência dos eleitores, fatores que acabaram por desacreditar e rebaixar qualidade da campanha para patamares demasiadamente baixos, impossibilitando-a de se afirmar e tornando-a totalmente incapaz de esclarecer as pessoas da importância do muito que vai estar em jogo no próximo


Eleições Legislativas, um embuste de vinte e quatro milhões?

Lembrando o proverbio “Logo se vê na aragem quem vai na carruagem”, a não ser que durante o resto da campanha eleitoral, os partidos tenham um rebate de consciência que os faça parar para tentar corrigir a inutilidade de tudo quanto disseram nos fastidiosos meses da pré campanha, fatalmente, esta poderá ser a realidade, nua e crua, com que o país poderá ser confrontado na noite do próximo dia dez de março, quando forem conhecidos os resultados das eleições dos quais, em tese, não está excluída a hipótese da repetição das eleições.


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