Jornada Mundial da Juventude

Testemunho do peregrino Bruno Borges, de Bragança-Miranda

Publicado por . em Qui, 2023-08-10 09:26

Passados 4 anos do anúncio de Portugal como país organizador da próxima Jornada Mundial da Juventude, olho para trás com um sentimento de orgulho e gratidão, por tudo aquilo que vivi e até sonhei, neste caminho que nos encontrou em Lisboa.
Pelos Dias nas Dioceses, por terem sido um verdadeiro encontro missionário e de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, um encontro dos jovens do mundo inteiro, que nesses dias estremeceram e entraram pelos corações das gentes transmontanas e certamente de todo o país. Que bom foi para todos viver a Jornada Mundial da Juventude à porta de nossas casas.
Muito se sonhou na construção desta Jornada e esse sentimento perdurou por todos os dias em que Lisboa foi a minha casa e a casa dos Jovens do mundo. O sonho de como ser possível reunir numa cidade Jovens de todo o mundo, em volta de Jesus? Foi ao ver a primeira multidão de Jovens logo no primeiro dia, na missa de abertura, que percebi realmente que “Os Desígnios do Senhor são insondáveis” e que esse sonho foi realmente concretizado e possível.
O momento de receber “o mais jovem dos jovens”, na colina do encontro, foi um dos mais marcantes da Jornada. Numa cerimónia em que o religioso e o cultural conseguiram dialogar de forma perfeita, mostrando ao mundo aquilo que Portugal talvez tenha de melhor, desde o fado ao cante Alentejano e até passando pelo Minho com os tapetes de flores que ainda mais coloriram o Parque Eduardo VII. De destacar o momento em que os Símbolos peregrinaram do meio dos jovens até ao altar, ao som de Tiago Bettencourt, com o tema “Viagem”, ao mesmo tempo nos vários ecrãs passavam imagens da “viagem” que os Símbolos fizeram por Portugal e que naquele momento chegavam ao seu destino.
Talvez a via-sacra fosse a mais Jovem, atual e irreverente que alguma vez tenha visto, conjugando temas e problemas, como a depressão e a ansiedade, com as estações da paixão do Senhor, um verdadeiro momento religioso e artístico.
Por fim, é impossível falar da Jornada, sem falar da vigília e da missa de envio, momentos absolutamente marcantes onde de repente se ouve mais de um milhão e meio de Jovens gritar “Esta é a Juventude do Papa” e passados poucos minutos escutamos o som do silêncio desta multidão a rezar diante Jesus sacramentado. É de arrepiar!
De destacar também o momento em que os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude chegam ao Campo da Graça de barco e depois são levados a pé pelos representantes das 21 Dioceses Portugueses, para o palco, onde simbolicamente, de mãos dadas, entregam todo o trabalho realizado pelos COD´s (Comité Organizador Diocesano) na preparação da JMJ, uma continuação do momento vivido na cerimónia de acolhimento.
Esta Jornada foi mais do que nunca um aproximar dos Jovens e até de todas as populações à igreja, onde o Papa foi um grande protagonista, com discursos e ensinamentos verdadeiramente marcantes e incisivos, com um objetivo, traçar o caminho que todos nós devemos seguir com a Igreja, um caminho sem exclusões, medos ou preconceitos, em que o foco não deve estar na imagem padrão que as redes sociais transmitem, que muitas vezes é discriminatória, mas sim em em sermos “surfistas de amor”.
Foi uma Jornada que se tornou num verdadeiro “momento de encontro e partilha, convivência e ação de graças” em que temos a certeza de que “TODOS, TODOS, TODOS OUVIRAM A NOSSA VOZ”.
Surge agora, talvez, o maior desafio que a Jornada Mundial da Juventude trouxe para a Igreja Portuguesa, aproveita, colher e sobretudo, não desperdiçar os frutos que esta JMJ originou.

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