Nordeste Transmontano

Transmontanos notam que número de andorinhas está a baixar drasticamente

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2024-05-09 09:49

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) alerta que nos últimos 20 anos, o número de andorinhas-das-chaminés, em Portugal, diminuiu 40%.
Segundo os dados do Censo de Aves Comuns, divulgados na passada terça-feira, verifica-se “uma queda representativa do declínio generalizado de diversas espécies de aves migradoras de longa distância: cuco, picanço-barreteiro e rola-brava, que viram também os seus números diminuir não só em Portugal, mas também em Espanha e na Europa em geral”.
O desaparecimento dos céus das andorinhas é transversal a todo o país. Trás-os-Montes não é exceção.
Se os estudos revelam que o número desses pássaros baixou, o senso comum da população também o perceciona. “Sim, há muito menos do que há uns anos. Veem-se menos do que antigamente. Aliás quase não se veem. É pena porque davam alegria, por andarem a chilrear no céu”, confirma Helena, 65 anos, residente em Bragança. Denérida, mais velha, tem a mesma opinião. “Quando eu era mais nova havia muitas e era tão bonito quando estavam para ir embora. Juntavam-se as andorinhas aos bandos. Agora derrubam-lhes os ninhos e deitam-lhe veneno”, lamenta Denérida, 92 anos, residente no Bairro da Estacada, em Bragança.
A idosa costuma colocar à entrada de casa pratos com comida e água para os gatos vadios, mas onde muitos pássaros também vão comer. “Eu gosto de os ver. Nunca os enxoto”, confessou.

Assinaturas MDB