A opinião de ...

GOVERNO A SÉRIO, OU TODOS DENTRO DA CAPELA SISTINA!

Calma, minha gente, que ninguém está a pedir que os egrégios, ilustres e insignes representantes do nosso povo sejam metidos atrás das grades, depois de no dia dez de março terem vivido o seu dia de glória e serem catapultados para os píncaros da fama.
Na certeza de que, para alguns deles, seria desejável que depois de se deleitarem com o “status” inerente aos assentos das cadeiras do hemiciclo de S. Bento, de vez em quando, fizessem um período de recolhimento no silêncio duma cela para reverem no filme das sessões a triste figura que protagonizam na Assembleia da República.
Era um favor que faziam a si próprios, na esperança de que, ao verem a qualidade do seu desempenho, só comparável com a pobreza franciscana da atuação dos antigos circos de rua que no verão andavam de terra em terra com a casa às costas, montavam a barraca onde podiam e, a troco de quase nada, faziam tudo para divertir o povo, tivessem um rebate de consciência e a coragem de sair discretamente pela esquerda baixa.
Agora, se depois de meio ano com um governo a meio gás, um país quase parado, e dezenas de milhões de euros derretidos em campanhas eleitorais, desfiles, comícios e arruadas até dizer basta, se concluir que os agora duzentos e trinta eleitos não são capazes de se entenderem entre si para constituir um governo que possa ajudar a resolver as dificuldades ciclópicas que aí vêm, já é tempo de lhes dizer basta, que a época do circo acabou, que desapareçam da circulação e que, se não têm mais nada para fazer, que aproveitem esta oportunidade para frequentar cursos de democracia e de atualização política, em países democráticos como a Rússia, a Coreia do Norte, Cuba ou a Venezuela e depois, se optarem por ficar por lá fiquem que, nós por cá, tudo bem, muito obrigado.
Porque, como bem diz o nosso povo, o que é demais é moléstia, de uma vez por todas, meus caros, parem de abusar da paciência das pessoas que, com os seus impostos, pagam pontualmente os vossos empregos nos quais, ao contrário do que se passa em qualquer empresa minimamente bem organizada, aqui ninguém se preocupa com nada, não se faz a análise do desempenho, o controlo dos horários e da produtividade e ninguém é responsável seja lá pelo que for.
A avaliar pelo interesse e pela guerra surda e suja como se luta para conseguir um lugarzinho no mundo da política, ao contrário da imagem que se tenta fazer passar para a opinião pública menos atenta, é caso para dar os parabéns ao nosso estado que, qual santa casa da misericórdia, continua a ser a maior e melhor agência de empregos do país para tanta da sua gente.

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