Editorial - António Gonçalves Rodrigues

Encontrar a esperança no meio das trevas

Noticiava esta segunda-feira o Jornal de Notícias que a Comissão Europeia considerou que “a desinformação é a doença do século”, frisando que os esforços das plataformas digitais “nunca serão suficientes” para combater a propagação de notícias falsas na internet, e ameaçou criar regras mais apertadas.
“No que toca à desinformação, nunca vamos fazer o suficiente, esta é a doença do século”, afirmou o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, citado pelo JN.


O vírus que se instala

No dia em que se cumprem dois meses desde o primeiro caso de covid-19 no distrito de Bragança (entretanto, felizmente já recuperado), o mundo inteiro deu várias voltas, baralhou e está a dar de novo.
Cancelaram-se eventos que nenhuma guerra, crise ou peste tinham cancelado antes, as ruas nas grandes cidades ficaram desertas como não há memória de alguma vez terem estado, as relações humanas e afetivas perderam muito do calor que as caracterizava.


O respeito que devemos ter por nós e pelos outros

Nesta edição, o Mensageiro leva os leitores a uma viagem aos bastidores do combate à covid-19, a doença que entrou no léxico mundial como uma peste que há muito não há memória. Pela primeira vez, um jornal do distrito de Bragança teve acesso aos locais e aos profissionais que, diariamente, estão no epicentro da luta a esta pandemia que ameaça tolher-nos.
Apesar de os efeitos visíveis não serem tão chocantes como os de outros vírus, como o ébola, por exemplo, o novo coronavírus foi suficientemente impactante para confinar grande parte da população mundial às suas casas.


Abrir ou não abrir, essa a questão

Nos últimos e nos próximos dias, a questão do momento será a de abrir ou não e em que medida a economia depois do mês e meio de confinamento devido ao novo coronavírus.
Como qualquer criança sabe, o exercício de suster a respiração só consegue ser executado até certo ponto sem deixar sequelas. Com a economia, acontece algo de semelhante. Quantas mais semanas passam, são mais as pessoas a engrossar a fila do desemprego e do banco alimentar (como as notícias dos últimos dias documentam).
Como diria o povo, "não se morre do mal, morre-se da cura".


O farol que nos guia

A pandemia que por estes dias enclausura o mundo ameaça trazer com ela a pior crise económica desde o grande depressão de 1929.
Uma minoria de atividades económicas tem passado incólume, e até beneficiado, com estes tempos sombrios.
No meio do caos em que se tornou a vida de muitos, com hábitos e rotinas virados do avesso, as notícias, os jornais, as televisões e as edições digitais dos jornais tornaram-se num refúgio para grande parte da população, que há muitos anos não estava tão ávida de estar informada.


"Papá, 'tamos 'xuntos'"

No Brasil, uma festa de noivado do pretendente à coroa e herdeiro da Casa de Bragança terá sido o responsável pela contaminação de alguns membros da elite económica e política brasileira. O mesmo país em que o crime organizado cerrou fileiras para proteger povo nas favelas. Na Inglaterra, o próprio Primeiro-Ministro foi esta semana internado nos Cuidados Intensivos.


As notícias da morte deste vírus são manifestamente exageradas...

Os primeiros dias de confinamento obrigatório foram difíceis de suportar para muitos. A primavera trouxe os primeiros sinais de algum calor, as flores despertaram, as ervinhas esverdeceram e o povo não aguentou. Após quase duas semanas, o passado fim de semana trouxe gente para as ruas. Muita gente. Se as cidades pareciam vazias, os caminhos periféricos pareciam os das romarias de verão ou os caminhos de Santiago, tal a quantidade de pessoas e grupos que se cruzavam.


Antes de melhorar, vai piorar

Estes tempos que hoje vivemos não são tempos de meias palavras nem de meias medidas. E, muito menos, de brincadeira. Nos últimos dias, o número de casos positivos no distrito de Bragança (sobretudo em Bragança mas com origem em Mirandela) disparou. E vai continuar a subir nos próximos dias.
Os positivos a que temos vindo a assistir (e a noticiar), só não subiram ainda mais porque as autoridades não têm mais testes disponíveis para fazer. Se não, seriam mais.


Uma questão de respeito

A luta contra a disseminação do novo coronavírus, o Covid-19, tem sido um desafio para todos, em todo o mundo.
Em Itália, a taxa de mortalidade do vírus escalou acima do previsto e do que aconteceu nos países asiáticos, ultrapassando os seis por cento.
O elevado envelhecimento do país tem sido apontado como um dos principais problemas e uma das causas para esse efeito.
Em Portugal, os últimos sete dias foram pródigos em anúncios de novas medidas, que incluíram o teletrabalho, o encerramento de estabelecimentos, serviços públicos, escolas e até de fronteiras.


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