F. Costa Andrade

Membro do MPN, CPLGSP e ONE

E tudo “o vento virou”!

No meio de tantas adversidades, é mesmo caso para dizer que já só nos faltava mais esta pelo que, lembrando o saudoso Nicolau Breiner, pergunto a quem souber, puder e quiser responder, “que mais nos irá acontecer”, na certeza porém de que, mesmo se estas crises fossem rapidamente ultrapassadas, muito dificilmente, ou talvez mesmo nunca, a vida na terra poderá voltar a ser o que era.


Batam em latas, rompam aos saltos e aos pinotes!... (Mário Sá Carneiro - 1890/1916)

Sem pretender estabelecer qualquer correlação entre o tempo em que Mário Sá Carneiro escreveu o poema donde extraí a citação que intitula o apontamento desta semana, curiosamente e sem saber por que carga de água isso aconteceu, logo que tantas e tantas pessoas e personalidades desataram a celebrar, com cânticos e loas, o “entendimento histórico” entre os principais encenadores de mais um ato da tragicomédia grotesca em que transformaram, ou deixaram que se transformasse, o sonho da construção do malfadado aeroporto de Lisboa, veio-me logo à ideia o repto lançado pelo poeta a todos aquel


Dão-se alvíssaras

Para os menos versados nestas coisas da língua de Camões, porque, com as portas abertas pelo último acordo ortográfico, como por aí se se vai escrevendo e se vai falando, a continuar assim por mais algum tempo, faltará pouco para que isso seja tudo menos a língua portuguesa do nosso grande épico, esclareço que a palavra alvíssaras, do árabe “albixãra”, significa o “prémio que se dá a quem traz boas notícias ou entrega um objeto perdido”.(Vide Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa).


Como em tantas das nossas terras, voltaram em grande as festas de Carção

Estão de volta a Carção as grandes festas em honra de Nossa Senhora das Graças, festas que, pelo brilho e solenidade das celebrações religiosas, especialmente a solene procissão de velas, cujo início remonta a fins do século XIX, bem como a grandiosa e emocionante ”procissão das promessas” e pelos espetaculares programas de convívio e diversão, pelos quais, durante décadas, foram passando os mais conceituados artistas nacionais, alavancadas pela fé e pela devoção dos emigrantes, dentre as numerosas manifestações da devoção mariana das gentes de Trás-os-Montes, rapidamente se transformaram


A praga dos incêndios florestais será que, finalmente, vai ser desta?

É demasiadamente mau para ser verdade, o espetáculo dantesco que está a reduzir a pó, cinzas e nada um pouco todo o país, atualmente compecial incidência no maciço da Serra da Estrela, o grande pulmão e coração de quase todo o país, do qual numa primeira análise, fica para já a constatação dramática que neste, como, infelizmente em muitos outros aspetos vitais da vida do país, como noutros tempos se obrigava a cantar às nossas juventudes, “Lá vamos, cantando e rindo, levados sim…”


Saúde: Sete anos é muito tempo!

Sim, e especialmente na saúde, onde muitas vezes a vida se joga não aos anos e nem sequer mesmo aos dias ou às horas, porque, para o bem e para o mal, tudo se pode jogar em instantes, sete anos é escandalosamente muito tempo desperdiçado estupidamente, (o termo até poderá parecer muito forte, mas esta é a realidade nua e crua da situação calamitosa da saúde com que o país se confronta), situação que já não há como tentar branquear ou esconder.


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