A opinião de ...

Também no futebol… Deus só pode ser Isento!...

Como é natural, Deus só pode ser Isento, ou senão, não seria Deus. Isto porque Deus significa a Luz, a Paz, o Amor, a Concórdia, o Diálogo e, sobretudo a Verdade.
Por isso, sobretudo nos tempos modernos de proliferação do futebol/negócio, com posturas que ficam muito aquém da concordância com os princípios da ética, da moral e da clarividência, a todos os níveis, muitas mais razões haverá para que a influência de Deus seja no sentido da isenção e da verdade.
Por outro lado, eu não acredito, e ninguém, certamente, acreditará, que Deus, como ser Supremo, de Quem recebemos uma vida cheia de dons, talentos, e inteligência para empreendermos projetos significativos, usando as nossas capacidades para executarmos coisas belas e boas, que nos devem engrandecer uns aos outros, possa ter qualquer intervenção numa partida de futebol, em benefício de uns, com prejuízo para outros.
Vem isto a propósito de um cartoon, e não passa disso mesmo, publicado num jornal desportivo diário, antes da final do Campeonato do Mundo, disputada entre as seleções representantes da Argentina e Alemanha.
Retrata o autor, cartoonista, os dois Papas, Bento, de origem alemã, e Francisco, argentina, perante a Cruz de Cristo, suplicando a Deus intervenção a favor da equipa do seu país.
Claro que não passou de um cartoon, mas se transportarmos isto para uma realidade mais séria, vemos com frequência, atletas, depois de marcarem um golo, ou mesmo, no caso dos guarda redes ter protagonizado uma excelente defesa que o evitasse, agradecerem a Deus, por isso ter acontecido.
Por outro lado, é frequente ouvirem-se adeptos a fazerem promessas pedindo a intervenção de Deus, ou de um Santo/Santa, para o seu clube poder ganhar este ou aquele jogo, esta ou aquela competição. Até os próprios treinadores fazem isso.
Percebo, perfeitamente, que se trata de uma questão de Fé. Porém, trata-se de algo que não me parece ser sensato nem, muito menos, de ser pedido ou “negociado”, com Deus, ou com qualquer Figura Santificada da Igreja. Longe disso!...
Não acredito, pois, que Deus entre “nesse jogo”, porque É Isento e jamais poderá, nomeadamente neste contexto, querer o bem para uns e o mal para outros.
E, depois, Deus é a Verdade, e jamais pactuaria com situações de falta da mesma, bem como de lealdade para com o “Outro”, que é figura importante para competir e jogar com o “Eu”.
Não admira, por isso, que o Papa João Paulo II, que foi guarda-redes de futebol, quando era jovem, e que criou o Departamento de Cultura e Desporto no Vaticano, tivesse lançado a todos os cristãos o desafio para se tornarem fortes atletas de Cristo, testemunhas fiéis e corajosas no Evangelho, ao mesmo tempo que pediu a evangelização do mundo do desporto e um esforço para promover a “cultura desportiva católica”.
De facto, tendo em conta a forma como está a ser gerido e mediatizado o futebol, qualquer dia, corremos o risco de termos grandes especialistas da modalidade, mas submissos e ignorantes da vida social, religiosa, politica empresarial e de interesses obscuros.
Fé, sem dúvida, é necessária, mas como promotora do bem-estar pessoal e social, de modelos espirituais sólidos e sérios, visando inverte a crise, sobretudo moral, no desporto atual, potenciando a reflexão e o respeito. Nesse contexto e objetivo não faltará a ajuda de Deus!...

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3482

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