Paulo Cordeiro Salgado

Pensar

Da obra O Erro de Descartes – Emoção, Razão e Cérebro Humano, de A. Damásio, cito: «Quase nunca pensamos no presente e, quando o fazemos é apenas para ver como ilumina os nossos planos para o futuro. Estas palavras perspicazes são de Pascal, que concluiu que o presente praticamente não existe, ocupados que estamos a olhar para o passado para planear o que se segue daqui a um instante ou num futuro remoto».
Andamos sempre a correr a fazer planos, num processo esgotante e incessante, e pouco ou nada raciocinamos para bem decidir.


Natal - Somos todos predadores ou a bondade está entre nós?

Surgiu-me o título da obra Predadores, de Pepetela, 7.ª edição, 2008, da Quetzal, e da frase que me foi pronunciada pelo amigo luso-angolano, Vasco Patrício, que terá dito ao escritor: «Somos todos predadores».
É forte a expressão “todos”. Certo. Todavia, desta forma nos deveremos envolver face ao que se passa à volta deste Mundo louco.
Relembro algumas estatísticas e afirmações recentes, retiradas de fontes certas.


Comemoração do 25 de Abril em Torre de Moncorvo

Noticiou V. Ex.ª, Sr. Diretor do Mensageiro de Bragança (MB), este evento em Torre de Moncorvo, aonde se deslocou para viver o momento histórico que decorreu nos dias 5,6 e 7 de Outubro, e ouvir algumas personalidades que ali ousaram participar. Recordo que as comemorações do 25 de Abril tiveram início em Março de 2022 e vão decorrer até 2026 com várias manifestações. A edilidade envolveu-se, alguns cidadãos moncorvenses e de outras paragens tomaram parte.


Reflexões em tempos de excessos

1. Li “A espuma dos dias”, de Boris Vian (1920-1959), há cerca de 50 anos, num quartito improvisado do aquartelamento sito na aldeia (tabanca) de Olossato – vejam como é sonoro o nome deste local, onde corre o rio do mesmo nome! Sim, também se lia em plena guerra colonial. Peguei no livro de novo, agora que tantos excessos vão por este mundo fora. Boris Vian falava da amizade, do amor, do trabalho, da morte e da vida. Também de exageros tantos que experimentavam ele e a sociedade dos anos 20-30.


A nossa “Casa Comum” (ainda e sempre, riscos globais e biodiversidade) - II

É fácil acreditar que o grande compositor Joseph Haydn, piedosíssimo, terá afirmado; «Nunca fui tão devoto como quando estava a trabalhar na Criação…todos os dias ajoelhava-me e pedia a Deus que me desse a força para terminar a obra com sucesso […] espero que permaneça por muito tempo”. Li no folheto distribuído pela Gulbenkian Música, na apresentação desta obra no auditório, em 13 e 14 de 20201: «Ao invés de uma abertura canónica, Haydn introduz a Representação do Caos, o nada do qual Deus criou o Mundo.


A nossa “Casa Comum” (ainda e sempre, riscos globais e biodiversidade) - I

A expressão “Riscos globais e biodiversidade” – que recolhi na obra com o mesmo nome, de Maria Amélia Martins-Loução, publicada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) – traduz imensas preocupações, de que já o Papa Francisco amplamente tratara na Carta Encíclica Laudato Si (edições Paulinas, 2015). A expressão “Casa Comum” é, como sabeis, este Planeta que habitamos. Vale a pena refletir sempre sobre as preocupações de Francisco, também de Maria Amélia Martins-Loução e de outros autores, e sobre as propostas que nos apresentam.


A propósito da “descolonização da língua portuguesa”

Confesso a minha admiração pela afirmação da escritora moçambicana, Paulina Chiziane, proferida na cerimónia de entrega do Prémio Camões: “Para quem vem do chão, estar aqui diante do Governo português, do Governo brasileiro, do corpo diplomático e de várias personalidades é algo que me comove profundamente. Caminhei sem saber para onde ia, mas cheguei a algum lugar, que é este prémio”. Caminheira de percursos, criadora de originalidades, guardadora de marcas, orgulhosa do tempo e do espaço – eis uma personalidade que deve encher de orgulho os falantes da nossa Língua.


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