Da Dignidade Humana
O discurso de Lídia Jorge na Comemoração de Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, para além de marcar a posição pessoal, universalista e humanista da autora, bem vincada na sua obra, sobretudo em A Costa dos Murmúrios e Misericórdia, levanta duas questões distintas e opostas. Destaco um aspeto, somente. De um lado, os defensores de um humanismo personalista, baseado na noção de pessoa e de liberdade; de outro, a clivagem separadora entre “nativos” e “imigrantes”, motivada por emoções negativas, como o medo e a aversão. Ou seja, ‘pureza’ ou ‘impureza’ do ser humano.