Paulo Cordeiro Salgado

Da Dignidade Humana

O discurso de Lídia Jorge na Comemoração de Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, para além de marcar a posição pessoal, universalista e humanista da autora, bem vincada na sua obra, sobretudo em A Costa dos Murmúrios e Misericórdia, levanta duas questões distintas e opostas. Destaco um aspeto, somente. De um lado, os defensores de um humanismo personalista, baseado na noção de pessoa e de liberdade; de outro, a clivagem separadora entre “nativos” e “imigrantes”, motivada por emoções negativas, como o medo e a aversão. Ou seja, ‘pureza’ ou ‘impureza’ do ser humano.


Liberdade e igualdade

Lembro a obra Utopia (Guimarães Editores, 2005, pág. 63) de Thomas Morus (1478-1535), filósofo, pensador, diplomata, homem de leis, chanceler do Reino Unido, católico, santificado por Pio XI. Dado o seu elevado sentido ético-moral-cristão (católico), opôs-se tenazmente ao divórcio de Henrique VIII (que se autoproclamou o representante de Deus na Terra e que mandou executar, por decapitação, o filósofo, por contrariá-lo). Leiam este excerto de há mais de cinco séculos: «…A felicidade pública era [recordava Platão] a aplicação do princípio da igualdade.


Leituras e leitores

1.º Da interessante obra Leituras & leitores: trajetos e trajetórias (Luciana Leal e Cláudio Silva, Orgs., Vol. 2. – Cachoeirinha: Editora FI, 2025), que me foi encaminhada pela Academia de Letras de Trás-os-Montes, transcrevo o seguinte parágrafo: «…A escola é lembrada por vários autores como um espaço de iniciação à leitura e, nela, as bibliotecas parecem desempenhar um papel mais relevante do que as salas de aula. A figura de um docente aparece, aqui e ali, como introdutor ao mundo da leitura.


A palavra no contexto da educação

Leiam, caros leitores, três notícias que me proponho interligar. E um breve comentário. Dizem respeito à educação pela palavra, escrita e falada.
Primeira (publicada por IGIN, sítio brasileiro de notícias, em 26.11.2024): «Em 2009, a Suécia decidiu substituir livros por computadores; 15 anos depois, já gastou 104 milhões de euros para reverter essa decisão. Uma experiência datada de julho de 2014, realizada nos EUA, mostrou a eficácia da medida que proibiu telemóveis nas escolas, o que melhorou as notas e a socialização dos alunos».


A Caixa de Pandora e o Mundo Atual

É conhecido o mito “Caixa de Pandora” (na Antiga Grécia, civilização riquíssima, como sabemos, os gregos criaram certos mitos para explicar fenómenos da natureza, valores sociais e a sua religiosidade). O mito começa com Prometeu, um dos titãs, castigado pelos deuses por ter conseguido alcandorar-se ao nível das divindades, apossando-se do fogo sagrado, prodigalizando-o à humanidade. Os deuses consideraram grave tal ato de subtração ao seu poder. Punido, foi exposto no Monte Cáucaso para ser devorado pelas aves de rapina.


Camões e o Professor Dionísio Gonçalves

Decorreu em Bragança, no dia 18 de maio passado, o encontro dos 60 anos (1962- 1964) do Curso do Magistério Primário. Durante o evento e nas conversas travadas através do WhatsApp (meio tecnológico aqui bem-vindo, diferente do abuso a que assistimos nos dias atuais), a referência a mestres tem sido uma constante. Desde logo, o nome do Professor Dionísio Gonçalves que orientava a preparação prática, dos “aspirantes” a professores primários.


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