Diocese

O primeiro centro de conservação e restauro de arte sacra de uma diocese já abriu

Publicado por AGR em Sex, 2015-03-13 10:13

A partir de agora, e de forma oficial, a arte sacra da diocese já tem um local onde pode ser restaurada por peritos. Mas O Centro de Conservação e Restauro de Sendim também recebe pedidos de todo o país, sejam da Igreja ou de particulares.
Casos como o que abalou a pequena aldeia de Borja, nos arredores de Saragoça, em Espanha, vão passar a ser mais difíceis de acontecer na diocese de Bragança-Miranda.
O caso espanhol ficou famoso quando uma paroquiana bem intencionada decidiu restaurar um fresco do século XIX, que acabou por ficar destruído.
A partir de agora, a diocese do Nordeste Transmontano tem um Centro de Conservação e Restauro de Arte Sacra, de forma a evitar que esse e outros problemas surjam. Será, mesmo, a primeira diocese do país a apostar verdadeiramente num serviço semelhante.
“Temos um património riquíssimo na nossa diocese”, faz notar o Pe. António Pires, um dos mentores da ideia e grande impulsionador do projeto que abriu portas oficialmente na terça-feira.
O repto já fora lançado por D. António José Rafael, bispo na altura, há cerca de 15 anos, mas só há seis é que a ideia começou a ganhar forma. Agora, com o apoio da Corane e de fundos comunitários, o projeto, que custou 140 mil euros, vê, finalmente, a luz do dia.
“Em muitas paróquias temos realmente um património que nem conhecemos totalmente. Pela nossa experiência, constatamos que era necessário criar este centro afim de ajudar as comunidades e os sacerdotes, numa vertente não só de intervenção, mas também num âmbito de prevenção e formação das comunidades, onde se abrangem as camadas mais jovens, alertando-as para a importância do património que temos”, sublinha o sacerdote, que sempre teve um gosto especial pela arte sacra.
Pacificar uma região
A escolha de Sendim para albergar este centro (incluído na Casa da Criança) acaba por servir não só uma lógica de descentralização de serviços de uma diocese que se pretende una mas, também, uma pacificação de feridas antigas.
“É verdade que Sendim está ligada a uma região que tem um excelente património. Uma região que tem uma grande sensibilidade cultural e com uma ligação ao seu património efetiva e afetiva. Sente-se que a comunidade gosta de interagir, com muitos zeladores e mordomos. Esta região reuniu as condições ótimas para que esta ideia se concretizasse”, explicou ao Mensageiro.
O local era um antigo prédio devoluto, que foi recuperado na totalidade.
Com uma oficina de 180 metros quadrados, servida, ainda, por salas auxiliares, espaço de higienização, arquivo e formação, estão criadas as condições para um trabalho em pleno.
 

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