1. Aumento do IUC: ataque desmiolado à pobreza, num tratado perfeito de cinismo e hipocrisia política
Quando já tinha preparada outra abordagem ao tema candente do aumento do IUC sobre os carros anteriores a julho de 2007, por um feliz acaso caiu-me nas mãos um texto fabuloso sobre o mesmo assunto, com o qual concordo plenamente, agradecendo penhoradamente ao seu autor a simpatia de o partilhar com os leitores do nosso jornal.
“Há cerca de dois meses comprei um carro em excelente estado de conservação, baseado nos planos de um dia aumentar a família o que, por si só já é caro. Trata-se dum carro com 18 anos por estar num estado imaculado, de acordo com o preço que eu podia pagar com o pouco dinheiro que me sobra dos impostos que pago pontualmente e por ser uma viatura que já pagou o IA em 2005, tendo um IUC menos pesado para compensar.
Se diziam no tempo do Passos Coelho “apertem o cinto” e eu apertei e vivi com pouco para ultrapassar a crise, estes palhaços de agora roubaram-me até a fivela, pelo que já não tenho cinto para apertar. Como já me levam, tudo em impostos, entendem que já não preciso de calças para guardar nos bolsos o dinheiro que não tenho.
E vem agora um punhado de queques da linha, armados em ambientalistas, residentes em Lisboa, sugerir um cartão de mobilidade em troca dos carros antigos ou de um vale de 3 mil euros para a compra de um carro elétrico …
E no interior, nas terras onde não há transportes, os hospitais e serviços públicos ficam a Km.s e ainda não há postos de carregamento?
Essas pessoas bem podiam agarrar nesse cartão de mobilidade, limpar o “dito” a ele, sendo tudo mais perfeito se esse cartão fosse decorado com as caras de dois senhores que todos nós conhecemos…
Parabéns a todos os que votaram Geringonça e “Chucha” e, especialmente, para os que não foram votar porque tinham mais que fazer naquele dia.
Banca com lucros recorde, empresários com Teslas top de gama, Mercedes EQS, Ferraris, Lamborguines, Porches Taycan e afins…e tantos carros como o meu é que têm de pagar mais impostos? Mas que é isto meus senhores?
Como tantos outros, não mereço este castigo fiscal, e muito menos ainda este governo da treta, que ganhou as eleições com duvidosa legalidade.
Dia 5 estarei a lutar na rua como se lutou em abril de 1974 e na ponte em 1994. Haja redes sociais a apoiar, mas haja também homens a sério que saiam à rua.
O meu “velho chaço de 2005”, pronto a abater com o seu motor Euro lV e apenas 100.000K Kms, porque não merece tamanho desaforo e tanta desconsideração, estará lá para dar voz a toda a sua revolta”.
Porque a procissão ainda nem sequer saiu da igreja, voltarei na próxima semana para ajudar a pegar no andor e dar voz ao sentir do nosso povo.
