O silêncio de Eanes e o ruído dos outros
Nas últimas semanas, a propósito das comemorações do 50.º aniversário do 25 de Novembro, assisti a um fenómeno quase antropológico: um país cronicamente dividido em tudo que descobriu, de repente, um raro objecto de consenso nacional. Não foi a data, nem o seu significado que continuam a suscitar as indignações do costume. Foi a figura de Ramalho Eanes, celebrada com uma unanimidade que só surpreende quem nunca reparou no que distingue um estadista dos muitos ex-qualquer-coisa que insistem em revisitar o passado à procura de protagonismo.
