O pastor e o rebanho

O pasto, o sabor da Eucaristia

O acordar, o sair e o caminhar têm um destino: a refeição, que “não é uma questão de comida ou bebida” no sentido material, mas é a urgência de um pão maior, “é justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rom 14, 17), é a força da presença ressuscitada de Jesus na Eucaristia! O Pastor percebe de pastos, conhece este (re)pasto melhor e sabe que há uma caminhada para o conseguir, porque “a vida é um contínuo levantar-se e pôr-se a caminho”. Os discípulos de Emaús também o sabem!


A voz e a Palavra

“As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço-as e elas seguem-me” (Jo 10, 27), dizes-nos, Jesus.
Como é poderosa a voz humana! Na passagem dos rebanhos pela madrugada, de entre os tais ruídos de chocalhos e balidos, distinguem-se uns vocábulos humanos, com modulações diversas, que parecendo incoerentes, se transformam em movimento e disciplina. O timbre da voz, a entoação, o ritmo e a duração fazem-se música para passos que dançam percursos, sob a batuta de um cajado. A voz tem na sua composição recursos com que se fazem caminhos. Ela é um veículo privilegiado da palavra.


A chegada da luz e o acordar do rebanho

Como gosto, Jesus, das tuas imagens expressivas de agricultor experiente! Não me digas que aprendeste a jungir bois, que conduziste um arado, que tocaste o burro até ao moleiro?! Certamente! Como filho de carpinteiro terias certamente mexido na serra, na plaina, no formão e no martelo. Mas até me parece terias chegado a pastorear rebanhos. Uma verdadeira arte, pelos montes de Nazaré, grande parte do ano áridos e estéreis. Ou a estima que revelas ter pelos pastores vem de ouvires contar à tua mãe que eles foram as primeiras visitas que tiveste ao nascer?


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