Paulo Cordeiro Salgado

A palavra no contexto da educação

Leiam, caros leitores, três notícias que me proponho interligar. E um breve comentário. Dizem respeito à educação pela palavra, escrita e falada.
Primeira (publicada por IGIN, sítio brasileiro de notícias, em 26.11.2024): «Em 2009, a Suécia decidiu substituir livros por computadores; 15 anos depois, já gastou 104 milhões de euros para reverter essa decisão. Uma experiência datada de julho de 2014, realizada nos EUA, mostrou a eficácia da medida que proibiu telemóveis nas escolas, o que melhorou as notas e a socialização dos alunos».


A Caixa de Pandora e o Mundo Atual

É conhecido o mito “Caixa de Pandora” (na Antiga Grécia, civilização riquíssima, como sabemos, os gregos criaram certos mitos para explicar fenómenos da natureza, valores sociais e a sua religiosidade). O mito começa com Prometeu, um dos titãs, castigado pelos deuses por ter conseguido alcandorar-se ao nível das divindades, apossando-se do fogo sagrado, prodigalizando-o à humanidade. Os deuses consideraram grave tal ato de subtração ao seu poder. Punido, foi exposto no Monte Cáucaso para ser devorado pelas aves de rapina.


Camões e o Professor Dionísio Gonçalves

Decorreu em Bragança, no dia 18 de maio passado, o encontro dos 60 anos (1962- 1964) do Curso do Magistério Primário. Durante o evento e nas conversas travadas através do WhatsApp (meio tecnológico aqui bem-vindo, diferente do abuso a que assistimos nos dias atuais), a referência a mestres tem sido uma constante. Desde logo, o nome do Professor Dionísio Gonçalves que orientava a preparação prática, dos “aspirantes” a professores primários.


Nós, a Felicidade e o Silêncio

Voltei aos Diálogos do filósofo romano Séneca (é salutar revisitar alguns clássicos para verificarmos se evoluímos tanto quanto se afirma ou, porventura, se retrocedemos civilizacionalmente). Ao Diálogo “Da Vida Feliz”, de que lembro o seguinte excerto: «O supremo bem é uma força invencível do espírito, conhecedora por experiência, serena nas ações, dotada de grande humanidade, e preocupada com o que com ela [a força] convive…o homem feliz deveria ser cultor da honestidade e viver tranquilo com a virtude…».


Luís Vaz de Camões – a três vozes

Sobre Camões faltam-me o conhecimento aprofundado da sua vida atribulada e da sua obra fecunda, universalmente glorificada, o estudo da sua poesia que grandes poetas e pensadores lhe dedicaram em vários tempos e latitudes. Valho-me da pesquisa e reflexão de alguns autores, e, sobretudo, do prazer da leitura da sua lírica e epopeia. Claro, não fico indiferente se as comemorações não assumirem o grau de elevado nível que o Poeta merece. Mas não ando por aí a pôr as culpas em cima seja de quem for, como a Revista Ler (n.º 169 – Inverno de 2023) referiu.


Mulheres

1.º No dia 10 de Março – que ficará na História da nossa Democracia – fui exercer o meu direito e o meu dever na assembleia de voto da Escola Almeida Garrett, Vila Nova de Gaia. No átrio, uma exposição dos alunos encantou-me: as Mulheres Célebres que, no Mundo, em diversos tempos e latitudes, consagraram a sua vida às Ciências, Artes, Literatura. A propósito do Dia Internacional da Mulher.


Pensar

Da obra O Erro de Descartes – Emoção, Razão e Cérebro Humano, de A. Damásio, cito: «Quase nunca pensamos no presente e, quando o fazemos é apenas para ver como ilumina os nossos planos para o futuro. Estas palavras perspicazes são de Pascal, que concluiu que o presente praticamente não existe, ocupados que estamos a olhar para o passado para planear o que se segue daqui a um instante ou num futuro remoto».
Andamos sempre a correr a fazer planos, num processo esgotante e incessante, e pouco ou nada raciocinamos para bem decidir.


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