A opinião de ...

I - Água, o grande problema da humanidade

Segundo uma sondagem recente da Haximage, nove em cada dez portugueses vêm na crise climática uma das maiores ameaças do Século XXI, a maioria dos quais, a continuar tudo na mesma, acredita que haverá uma grave escassez de água e de alimentos num futuro muito próximo.

Segundo a mesma sondagem, 90% dos inquiridos acreditam que as alterações climáticas são já uma realidade, 83% que haverá escassez de água e 73% escassez de alimentos, situação que se verifica em todos os escalões etários da população e em todas as regiões do país.

Quase simultaneamente, por coincidência, num estudo publicado pelo World Resurces Institute, Portugal é classificado o 43º pior país do mundo no que concerne ao risco de falta de água, que poderá afetar entre 40 a 80% do território, situação com forte tendência para continuar a agravar-se, pelo menos, até ao ano 2050, cujo diagnóstico se sustentado na gestão errática e incompetente da água, que os sucessivos governos, impunemente fizeram e continuam a fazer, preocupados apenas em minorar os efeitos do que analisar e controlar as causas deste fenómeno.

A título de exemplo, atente-se na qualidade da campanha de sensibilização para a necessidade inadiável de poupar a água, recentemente lançada na nossa comunicação social, toda ela baseada numa argumentação a raiar o ridículo e a roçar o anedótico, completamente dissociada das verdadeiras causas desta crise, como se a resolução dum problema desta magnitude se resolvesse em apertar bem o manípulo das torneiras, substituir as buchas velhas e ressequidas ou, conforme os casos, proceder à substituição das próprias torneiras, esquecendo que a causa desta crise foi a demissão dos responsáveis da sua obrigação de alertar as pessoas para um consumo racional deste bem essencial, mas não inesgotável, para manter a vida à face da terra, ignorando, ou tentando ignorar, que só pode poupar água quem a tiver.

E que ninguém se engane a si próprio e, muito menos, tente enganar os outros porque, ao permitir aos responsáveis por esta política criminosa e suicida que continuem a empurrar os dificuldades para o dia de amanhã e a tentar resolver com paliativos os atuais e graves problemas da falta de água que já se fazem sentir em todo o mundo, o mais certo é que esse amanhã, se ainda houver amanhã, já possa ser tarde demais.

Doa a quem doer, e custe a quem custar, porque, agora, o que está em causa é o rico iminente do desaparecimento da própria espécie humana, já não há como ignorar que o tempo dos sonhos dos idealistas, dos líricos, dos teóricos, dos defensores e dos amigos disto e daquilo não levam a lado nenhum, inexoravelmente, acabou e , para salvar o que ainda puder ser salvo, agir em conformidade rápida e corajosamente.

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