Cancioneiro das aldeias renasce pela voz de cinco mulheres com ‘Ambria Ardena’

O gosto pela tradição musical e pelo cancioneiro de Trás-os-Montes estão na origem do nascimento de ‘Ambria Ardena’, expressão que significa ‘fome ardente’, que nomeia o grupo de cinco mulheres que se dedica à recolha e interpretação de canções passadas oralmente entre gerações. Estão para marcar o panorama artístico local, numa rutura com o passado, porém sem nunca o esquecer. Mais do que um projeto musical, a Ambria é um projeto cultural. “Somos netas do vestido negro. Somos netas do sofrimento. Somos netas das que cantavam, para acalmar a dor. Somos netas da miséria e da fome. Somos netas da desigualdade. Somos netas do trabalho e do cansaço. Somos netas da violência e da submissão. Somos netas do abuso e do desrespeito. Somos filhas da dor, do ressentimento, do desalento”, assim cantam à capela,na maioria das vezes, com alguns preenchimentos de pandeiro e guitarra. Modinhas que vão beber às raízes, o principal suporte para o seu trabalho.