César Rodrigues

EgoCovid – o vírus sem cura

1 - Nos últimos 2 anos e meio, a epidemia do Covid-19 colocou toda a Humanidade em sobressalto pelo seu alto índice de mortalidade e pelas sequelas que deixou em muitas das suas vítimas. Felizmente, a ciência conseguiu, num curto espaço de tempo, encontrar uma vacina que reduziu significativamente o seu índice de mortalidade. Mesmo assim, o número oficial de vítimas mortais, até 31 de Dezembro de 2021, aproximou-se dos 6 milhões. No entanto, um estudo da revista científica The Lancet, calcula que o número real de mortos, nesse período, seja de 18,2 milhões.


A democracia funcionou

As eleições autárquicas são mais uma prova de que a democracia, não obstante todos os seus vícios, defeitos e erros, funciona melhor do que qualquer ditadura, seja ela civil, militar, teocrática ou republicana.
Não é preciso ser formado em Ciência Política para perceber que a discussão dos assuntos da polis podem colocar-se em 2 planos distintos: a Administração Central e a Administração Local. Quanto à primeira, a discussão pode ser feita a 4 níveis diferentes: o regime político, o sistema económico, o programa de governo, a medida X, Y ou Z do ministério A, B ou C.


A pia, a brasa e a sardinha…

Por vezes, por força dos anos, já tenho dificuldade em distinguir a realidade da ficção. Foi o que me aconteceu a propósito duma cena em que o nosso Presidente da República, perante a avalanche de greves, resolveu promover uma reunião com um representante de cada sindicato para lhes apalpar a motivação quanto aos fundamentos das suas reivindicações. Talvez com segundas intenções, como é seu timbre, chamou também o Zé Povinho para a mesma reunião. É dos diálogos mais importantes dessa reunião – não sei se real, se fictícia – que vos dou alguns excertos.


A ética, a erva e a mula

Há 29 anos atrás, o presidente duma Junta de Freguesia do concelho de Bragança quis recandidatar-se por um partido diferente daquele pelo qual tinha sido eleito. Da primeira vez, tinha-se candidatado pelo partido do então presidente da Câmara, que perdeu a presidência desta, no ato eleitoral em que aquele ganhou a Junta de Freguesia. Por isso, nas eleições seguintes, este último quis recandidatar-se pelo partido do novo presidente de Câmara.
Perante esta mudança, um seu correligionário admoestou-o:
- Isso não é nada ético!...


Do machado de pedra ao telemóvel

1 – Um amigo, com quem tenho tido o prazer de passar bons momentos a discorrer sobre os problemas éticos, políticos e sociais da Humanidade, pôs-me este desafio:
- Quando visitei a Bienal de Veneza 2017, encontrei lá um machado de pedra, de há 10 mil anos atrás, ao lado do IPHONE. Daqui a 10 mil anos, perguntou-me ele, qual pensas que será o objeto que irá aparecer a seguir ao iphone?
A minha resposta foi um pouco pessimista:
- Uma pedra, novamente!...
A desilusão do meu amigo, perante a minha resposta, tornou-se evidente quando me disse:


E se não houvesse barragens?...

1 - Com a seca que estamos a viver, lembrei-me dos meus tempos de infância, na aldeia, em que não havia água canalizada, e as famílias se abasteciam com uns cântaros carregados à cabeça ou nas cangalhas das bestas. Com uma carga de 4 cântaros enchia-se uma talha, que funcionava como depósito familiar para as necessidades domésticas, sobretudo na cozinha. Só depois do 25 de Abril é que a revolução dos cravos nos trouxe a barragem e o conforto da água canalizada.


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