Projeto Acelerar o Norte quer empresas com maior presença digital

Perto de 350 empresas do distrito de Bragança estão em condições de participar no projeto Acelerar o Norte, que tem como objetivo a digitalização do maior número possível de negócios, cujo Roadshow de sensibilização passou pela capital de distrito, na passada quinta-feira. “A digitalização é uma das grandes lacunas que ainda têm e quem não comunica não existe, mas é preciso fazê-la para aumentar as vendas e dar um desafio maior às suas atividades”, admitiu o diretor do projeto, Nuno Camilo. “Queremos que as empresas tenham uma pegada digital para conseguir ir para lá da sua pegada geográfica e de intervenção. Face ao número de pessoas que têm telemóveis, que usam computador e Internet todos os dias e têm vindo a crescer. Nós temos cerca de 10 milhões de habitantes e mais telemóveis ativos e o seu uso está a aumentar. As pessoas quando chegam a uma localidade o que fazem é procurar no seu telemóvel os restaurantes, as lojas ou algo do género”, referiu o responsável.

Tem-se constatado que o comércio tradicional está a perder terreno face à subida das compras online. “Queremos conquistar mais empresários. Nesta fase estamos ainda a ver a maturidade das empresas, se já estão na Internet, se estão nas redes sociais, como o Facebook. O que nós queremos é fazer um diagnóstico da situação e depois convidá-las a dar um passo seguinte para outra fase de maneira que possamos uniformizar na região Norte o projeto para a digitalização das empresas”, indicou Nuno Camilo.

Depois do diagnóstico será atribuído um valor a cada empresa para tratar da digitalização. “Recebem um cheque e podem dirigir-se a um naipe de empresas pré-definidas para poderem contratar os serviços mediantes as necessidades que têm em função do diagnóstico da notoriedade digital”, descreveu o diretor do projeto.

O valor dos cheques é variável, entre os 500 e os dois mil euros. “Há zonas mais digitalizadas do que outras, mas percebemos que os empresários em nome individual ainda não avançaram para a digitalização”, vincou.

O projeto começou no ano passado e termina em setembro de 2025, para apoiar os empresários do Norte de Portugal dos setores do comércio, serviços pessoais e da restauração e similares. No Norte do país existem 16 aceleradoras, nomeadamente uma em Bragança e outra em Mirandela.

O Acelerar o Norte é um projeto que resulta de uma iniciativa que envolve a Plataforma Confederação do Comércio e Serviços, a Associação Empresarial Portuguesa, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal e a ACEPI-Economia Digital de Portugal.

A ACISB (Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança) é uma das parceiras no distrito. Segundo a presidente, Maria João Rodrigues, “a empresas consideradas sociedade, já tem presença digital, na maioria dos casos, algumas pequenas também, mas as microempresas são aquelas onde o défice é enorme”.

A presidente da ACISB acredita que “as empresas vão aderir ao projeto quando for divulgado e implementado, porque é fantástico para a formação dos empresários. Até porque tem que haver esse passo para a digitalização”.

A ACISB vai implementar esta iniciativa em seis concelhos, nomeadamente Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso e Vinhais. “Vamos tentar chegar mais aos empresários”, sublinhou.

O objetivo do Roadshow para a Digitalização do Norte, que conta com um conjunto de encontros – o primeiro foi em Braga - é mostrar que a digitalização é para todos os negócios, desde o maior ao mais pequeno.

Em 2023, o número de portugueses que fez compras online duplicou. 60% da população contribuiu para os cerca de nove mil milhões de euros gastos na aquisição de produtos ou serviços através da internet, números que, para as quatro entidades que formam o consórcio que gere o Acelerar o Norte, justificam a importância da existência do projeto.