A opinião de ...

Uma necessidade a ser debatida?

Música Sacra. Tem assim tanta importância que merece ser debatida? Chegaremos a que conclusões? E depois, o que fazer com isso?
Depois do primeiro artigo, o leitor poderá ter formulado algumas das questões acima enunciadas. Por isso, proponho que estas questões orientem a leitura deste artigo.
Ao longo da História observamos alguns momentos de consolidação, debate e reforma na Igreja Católica. Se nos debruçarmos sobre estes momentos reparamos que a música foi sempre alvo de amplo debate, de acirradas discussões sobre aspectos técnicos e estéticos, como no Concílio de Trento ou, como no caso do Concílio Vaticano II, cujos primeiros documentos oficiais emanam orientações e considerações sobre Música Sacra.
A narrativa histórica clarifica a importância da Música Sacra, mas vejamos como o dia-a-dia nos ajuda a complementar a resposta. A Comunidade Taizé consegue, de forma simples, agregar em oração centenas de jovens em todo o mundo e fá-lo através da música. Melodias simples, harmonia peculiar, que em ostinato induzem o crente num estado de oração que possibilita juntar fiéis de várias línguas sem ter que recorrer ao uso do latim.
Mas se a Música Sacra pode ser um fator atrativo também funciona inversamente. Que sensação estética e devocional nos provoca um coro desafinado ou que canta sem emoção e razão? Não nos convida a ficar e não nos possibilita a oração.
A Música Sacra foi estruturante na concepção ritualística da Igreja, desempenhou um papel essencial na Contra-Reforma e é um bem cultural inestimável que preenche programações culturais. É um bem que merece ser debatido, valorizado e ao qual se deve fomentar a sua correta aprendizagem. Não almejando soluções perfeitas e muito menos resposta a todas as questões que poderão surgir na CIMS, pretendemos criar espaço de debate, reflexão e provocação para que a Música Sacra volte a ser valorizada, aprendida e renovada.
E depois, o que fazer com tudo isto?
Colocar em prática e usufruir.

Rui Valdemar

Edição
3893

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