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“A Eucaristia fermenta e alimenta a esperança num futuro de paz”, disse o bispo D. Nuno Almeida aos fiéis na celebração do Corpo de Deus

Publicado por AGR em Qui, 06/26/2025 - 10:22

Foi através do exemplo de Alzira Sobrinho, ou Irmã Maria de São João que o bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, se dirigiu aos fiéis na celebração do Corpo de Deus, na Catedral, em Bragança, para lembrar a importância da “Eucaristia fermento e alimento da nossa esperança num mundo de paz”.

“Os gestos e palavras de Jesus, que toma o pão e o vinho, que bendiz o Pai, que parte e reparte o Pão da vida e nos dá o Seu sangue: são a síntese de uma vida doada por amor até ao fim, vida que dá tudo e se dá inteiramente!

“Isto é o meu corpo entregue por vós”, “Este é o cálice do meu sangue derramado por vós e por todos”: Estamos perante as palavras mais originais, mais santas, mais amorosas, mais intensas e dramáticas que jamais alguém disse, na história dos homens. Só Jesus! Eis o mistério admirável e maravilhoso da nossa fé, do Deus connosco, Deus para nós e Deus por nós”, começou por dizer o prelado, na sua homilia.

Perante uma assembleia repleta de fiéis, D. Nuno Almeida frisou que o testemunho de santidade de Alzira Sobrinho “ensina-nos a partirmos sempre do Sacramento da Eucaristia para sermos peregrinos de Esperança e promotores da Paz!”

“É na Eucaristia que recebemos o fermento e alimento da Esperança e da Paz. Eucaristia Pão e Vinho do peregrino para o seu caminho na terra em direção ao Céu. A Eucaristia coloca-nos na mais elevada contemplação e, ao mesmo tempo, a caminhar lado a lado com cada irmão e irmã. A Procissão do Corpo de Deus faz-nos elevar as mãos e corações para o Alto e faz-nos dar as mãos a quem caminha ao nosso lado”, sublinhou D. Nuno Almeida.

“Agradeço à Irmã Maria José a Carta que me enviou da Irmã Maria São João (Alzira Sobrinho), do ano de 1919, de há 106 anos, dirigida ao Bispo de Bragança-Miranda, D. José Lopes Leite de Faria, em que, entre outras coisas, lhe descreve a Festa do Corpo de Deus em Pereira e que, curiosamente, nesse ano também calhou a 19 de junho. Foi o ano que Jesus começou a sair em procissão.

Diz Alzira (mantemos a grafia como ela escreveu!): “No dia 19 do Corpo de Deus houve aqui uma humilde festa, Jesus S[acramentado] esteve no tronno o dia todo, como um Rei com toda a honra que Jesus Sacramentado merece; percorreu pela primeira vez com pompa estas humildes ruas pois á 19 anos que nos fez a esmola de vir habitar aqui connosco, ainda não tinha saído em procissão, foi uma verdadeira delicia! Cada um como pôde nas suas ruas, coitadinhos, cada um como melhor pudia deitavam-lhe flores em abundancia; faziam arcos á Sua passagem, deitavam as melhores colxas e tapetes, mostravam muito bem os humildes filhos de Pereira o quanto eram dedicados ao Rei dos Reis o Senhor Sacramentado; iam anjos com o incensário, fez se tudo que se pode ou mais, dia dos meus encantos! Festa que possui para mim delicias incomparáveis! Um dia damor ao meu J[esus] Sacramentado neste cantinho é um dia de ceu na terra!””, recordou ainda.

“Eucaristia fermento e alimento da nossa esperança num mundo de paz, porque nos transforma n’Aquele que recebemos: Jesus Cristo! Transformados em Cristo para transformarmos o mundo. Amados em Cristo para amarmos. Perdoados para perdoarmos. Pacificados em Cristo para construirmos a paz!

A Eucaristia fermenta e alimenta a esperança num mundo de paz porque nos liga uns aos outros, faz-nos companheiros: partilhamos o mesmo pão (cum panis). Faz-nos passar do “eu” ao “nós”, somos assembleia unida e reunida em Cristo. Pão da unidade, da fraternidade e da paz!

A Eucaristia fermenta e alimenta a esperança num futuro de paz, faz-nos vislumbrar os “novos céus e a nova terra” e contemplar a Cristo que veio, vem agora ao nosso encontro e virá, definitivamente, no fim dos tempos. É já pedaço de Céu na terra”, apontou o prelado.

A terminar, D. Nuno Almeida sublinhou que, “juntos, pelas ruas, iremos testemunhar a nossa fé na presença real do Senhor no meio de nós. Façamos desta procissão dom de amor para todos!”

Corpo de Deus na Catedral

Crianças da 1.ª Comunhão

Procissão

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