A opinião de ...

A teoria de Schrödinger e os candidatos a Deputados

Esta teoria da sobreposição na física quântica indica que, até que ocorra uma observação e alguém abra a caixa, o gato está vivo e morto ao mesmo tempo, numa sobreposição de estados.
Se quisermos, de modo figurado, aplicar esta teoria na eleição de deputados para a Assembleia da República, poderíamos referir que só depois da avaliação do seu mandato finalizado, é que poderemos obter uma apreciação fundamentada, positiva ou negativa, do exercício das suas funções.
Aqui chegados há, no entanto, que fazer-se uma precisão, pois de acordo com a Lei atual, não se elege um deputado, mas o partido, que por sua vez, apresenta a lista dos candidatos a deputado por cada círculo. Assim, não é possível que o deputado eleito preste contas localmente. A votação individual, uninominal, seria essencial e incontornável para o efeito.
Ainda assim, neste tempo que medeia até às eleições propriamente ditas, o que estará na mente de cada pessoa – cidadão – eleitor, no vertente caso no Círculo Eleitoral de Bragança (CEB), é a expectativa.
A expectativa de que os três deputados a eleger pelo CEB, uns ínfimos 1,5% do total de 230 deputados a serem eleitos, número incompreensível face aos quarenta e oito de Lisboa, quarenta do Porto e dezanove de Setúbal e Braga (em que o critério populacional se sobrepõe a outros desejáveis...), sejam capazes de colocar este Povo destas Terras de Trás-os-Montes e Douro Superior no centro da sua ação política.
Tornar os políticos e a política ainda mais credíveis, pelo trabalho e pelo empenho e determinação na resolução dos problemas e na satisfação dos anseios daqueles que aqui vivemos.
Deste modo, necessita-se que na sua atividade parlamentar, entre outras ações:
criem os instrumentos de financiamento adequado das Câmaras e das Freguesias do Interior;
implementem medidas de combate ao despovoamento, de que seria grande sinal, a instalação definitiva da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional, por exemplo, em Bragança;
concebam meios de discriminação positiva fiscal para as empresas criarem emprego e dinamizarem a economia, de proteção dos pequenos agricultores e medidas de apoio para o estabelecimento de novos sectores económicos (tecnologia, turismo, ambiente, etc);
impulsionem o investimento em educação e formação, garantindo uma oferta educativa orientada para os jovens se poderem fixar além de uma oferta profissional adequada ao sector primário e também ao turismo, não descurando ainda a integração de uma imigração regulada e com direitos;
promovam a criação de melhores condições de saúde, com maior disponibilidade de especialistas, de consultas e melhores condições para os médicos;
fomentem a reabilitação urbana das aldeias de modo a serem capazes de garantir a vinda de concidadãos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto;
que se batam pela criação de infraestruturas de mobilidade, como o comboio, que defendam o estilo de vida rural, saudável, em comunhão com a natureza, e pelo apoio à cultura, por exemplo às artes, às livrarias e à imprensa regional.
Enfim! Tantas ações se poderiam dizer, mas especialmente que não aconteça que durante quatro anos nunca façam um discurso, nunca apresentem um projeto, raramente sejam a voz da região e da sua defesa. Que sejam verdadeiros representantes desta região mesmo que seja obrigatório ir contra os ditames dos seus partidos!

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