Nordeste Transmontano

Automobilistas do distrito saíram à rua em protesto contra o propalado aumento do IUC antes da queda de Costa

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2023-11-09 18:06

Ainda antes de se saber que António Costa se ia demitir do cargo de Primeiro-Ministro e que o Orçamento de Estado para o próximo ano, já aprovado na generalidade mas não na especialidade, poderia nem sequer ver a luz do dia, mais de uma centena de automobilistas de todo o distrito juntaram-se à manifestação nacional, no domingo, contra o propalado aumento de Imposto Único de Circulação (IUC) para veículos anteriores a julho de 2007.

A concentração, no castelo de Bragança, decorreu sem sobressaltos. Foi dali que partiram em marcha-lenta pelas ruas da cidade, com paragem obrigatória em frente à sede da Federação Distrital do Partido Socialista.

“Este é um imposto injusto porque, até 2007, os carros pagaram o imposto (Imposto Automóvel) no ato da compra. A partir dessa data, passou a ISV, mais reduzido, e esse imposto foi diluído na vida útil dos carros. Com esta fórmula, os carros vão ser duplamente tributados”, queixava-se José Pires, do Clube de Automóveis Clássicos de Vila Flor e um dos mentores do protesto.

“Um carro com 40 anos, faz quê, 200, 300 quilómetros por ano? É isso que vai poluir. É um imposto completamente injusto, que prejudica a classe mais pobre.
Há quem tenha um carro destes como segundo carro e há aqueles que só têm este e não andam muitos quilómetros, é para ir às compras, ao médico, aos terrenos. No caso da nossa região, ainda mais. Muita gente tem um jipe, que vão sofrer aumentos de mil por cento, para ir aos seus terrenos. É prejudicar a classe mais pobre”, frisou.
À manifestação juntaram-se automobilistas de vários pontos do distrito, nomeadamente também de Macedo de Cavaleiros ou Mirandela. “Porque não taxam quem tem aviões privados, que poluem muito mais?”, questionava.

Osvaldo Freitas era dos mais inconformados. “É melhor nem falar. Isto é só para os ricos. O pobre não tem direito a nada”, frisava. Já Mateus Pinheiro considerava que “não é um imposto justo”. “Não tem a ver com o ambiente. E é um desrespeito para com o património dos clássicos e o interesse histórico”, disse.
Resta saber se o Presidente da República permite a aprovação do Orçamento de Estado antes de dissolver a Assembleia da República.

Assinaturas MDB