Duarte Travanca apresentou candidatura
Duarte Travanca será candidato, por um movimento independente, a Presidente da Câmara Municipal de Mirandela nas autárquicas deste ano, revela o atual vereador sem pelouro, do Município, eleito nas listas do PSD, em 2021, em comunicado, enviado, esta quarta-feira, ao Mensageiro.
“Apresento-me às próximas eleições autárquicas como candidato independente, e com o lema de candidatura “DUARTE TRAVANCA: AMAR Mirandela”, uma marca já registada junto do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, do Ministério da Justiça”, pode ler-se no comunicado.
Duarte Travanca explica que decidiu avançar depois de um longo processo de reflexão, e, de forma ponderada. “Faço-o com a firme convicção de que apresento uma candidatura diferenciadora que trará a Mirandela o progresso, a qualidade de vida, e o bem-estar de que Mirandela tanto necessita”, afirma.
O processo de reflexão “foi sendo feito ao longo destes 4 anos e se somarmos estes 4 anos aos 4 anos anteriores do primeiro mandato do Executivo do PS, vemos que Mirandela sofreu neste período um processo de estagnação. Se somarmos a esses 8 anos, mais 4 anos neste ritmo de governação, estaríamos a colocar a Mirandela durante 12 anos num longo período de estagnação, sem rumo, sem crescimento, sem ousadia, sem objetivos e é necessário inverter esse processo”, refere.
Confrontado com o facto de ter declarado, após as eleições autárquicas de 2021, que não voltaria a ser candidato a Presidente da autarquia mirandelense, Duarte Travanca responde: “Como diria o nosso saudoso José Gama, só não mudam os burros, é uma frase dele que ficou para a história e de facto é isso, eu não vejo em Mirandela aquilo que gostava de ver e choca-me não haver uma política para a juventude, choca-me não haver uma estratégia de desenvolvimento consistente, choca-me não haver eventos regulares que tragam vida à cidade e que tragam rendimentos aos comerciantes e na minha perspetiva, nenhuma das candidaturas que se conhecem representa esses valores, representa essa filosofia e não estou a ver que quem esteve na Câmara ou na Junta estes oito anos vá agora fazer uma mudança radical no acesso aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência ou dos fundos comunitários que estão à nossa disposição. Nestes quatro anos nós tínhamos verbas a fundos perdidos para recuperar, por exemplo, os açudes e esse dinheiro perdeu-se por não haver projetos. O mercado municipal continua na mesma, a Reginorde continua na mesma, o centro materno ou infantil foi prometido e não está feito”, justifica.
O atua vereador da oposição acrescenta que “o Cachão continua por reabilitar, a estrada para a Torre, idem. Portanto, estes quatro anos foram anos em que Mirandela parou e é necessário inverter esse processo e para isso é necessária uma candidatura ousada e arrojada, que marque a diferença e é nessa perspetiva que me apresento como candidato”, reforça.
Duarte Travanca entende ainda que Mirandela “não tem uma política da juventude, não tem uma política para o centro histórico que está degradado, não tem uma política de emprego, não tem uma política focada nos empresários, nas empresas, na criação de riqueza e, portanto, é necessário amar Mirandela para querer fazer mais e melhor, para querer fazer diferente”, razões que levaram à escolha do lema da candidatura independente que assume.
“É um lema que se aplica a Mirandela, vai ser um lema para amar Carvalhais, amar a Torre Dona Chama, amar Caravelas, amar Abreiro, vai ser um lema também aplicado às freguesias porque na realidade é preciso amar muito Mirandela para que abracemos este projeto de inverter esta situação e de colocar Mirandela nos trilhos do desenvolvimento e do progresso que tanto necessita”, conta.
Travanca sublinha que se trata de uma candidatura com uma estrutura “simples, com economia de recursos e meios, evitando o desperdício, e que, tenderá a marcar a diferença das campanhas autárquicas tradicionais, onde, muitas vezes, se utilizam meios e mecanismos que, na sua essência, em pouco ou nada contribuem para o esclarecimento dos cidadãos em geral”, diz.
O vereado reforça que o objetivo da candidatura é “levar a mensagem às pessoas, é ter ideias diferenciadoras, é ter projetos diferenciadores, não é fazer o colorido das feiras, festas e romarias com propaganda que muitas vezes não tem os efeitos pretendidos. Eu acho que o essencial é focarmos na mensagem, nas pessoas, no que pretendemos fazer e apresentar ideias e projetos diferenciadores”, adianta.
Por agora, Duarte Travanca ainda não revela pormenores sobre a equipa que o vai acompanhar, nem a que juntas de freguesia irá apresentar listas. Nos próximos tempos, vai focar-se na parte burocrática inerente a uma candidatura independente. “O processo de recolha de assinaturas vai começar nos próximos dias, há todo um conjunto de tarefas que foi necessário fazer, criar modelos, criar formulários, adaptá-los, trabalhá-los, conferir, há uma equipa alargada que está a tratar dessas questões, conferir com os juristas, com pessoas que já têm experiência nessa área e todo esse trabalho já está feito, para seguir para o terreno recolher as assinaturas para a Câmara Municipal e para a Assembleia que são necessárias cerca de 600 assinaturas, que é um processo relativamente simples e rápido”, garante.
Duarte Travanca anuncia a candidatura independente a Presidente da Câmara de Mirandela nas autárquicas deste ano. Recorde-se, que foi candidato apoiado pelo PSD, nas autárquicas de 2021, tendo obtido 32,6% (4635 votos), atrás de Júlia Rodrigues (PS) com 51,9% (7381 votos), conseguindo eleger três mandatos contra quatro do PS.
Em Setembro de 2023, a Comissão Política Concelhia de Mirandela do PSD, na altura liderada por Nuno Magalhães, decidiu retirar-lhe a confiança política, alegando “quebra na relação institucional”.
Para já é a terceira candidatura anunciada, depois de Nuno Saraiva, do Chega, e de Vera Correia da CDU. Apesar de ainda não terem sido anunciados oficialmente, Vítor Correia (PS) e Paulo Pinto (PSD) já foram validados nas respetivas estruturas partidárias como sendo os candidatos escolhidos.
