Bragança

Privados procuram cada vez mais terrenos baldios para candidatar projetos

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2025-01-16 10:02

Está a aumentar o apetite das empresas pelo arredamento de terrenos baldios para fazer investimentos na área florestal ou exploração mineira revelou Pedro Gomes, da Baladi-Federação Nacional dos Baldios durante a conferência ‘Baldios nos 50 anos do 25 de abril’, que teve lugar no Instituto Politécnico Bragança (IPB) na passada sexta-feira.
Com a importância do armazenamento de carbono e do mercado do carbono estes espaços comunitários tem um potencial de interesse em crescimento galopante. “Estes terrenos estão a ganhar importância face à sua floresta, biodiversidade, água e ecossistemas. São uma oportunidade dada a sua dimensão”, afirmou Pedro Gomes, diretor da Proteção Nacional dos Baldios da Baladi defendendo que a solução para estes espaços “deve passar” pelas comunidades. “São empresas que procuram grandes áreas e que, na fragilidade dos baldios, encontram uma oportunidade para explorar, desde minerais, eólicas e outros recursos. Às vezes o que parece um grande negócio tem muita coisa por trás”, alertou Pedro Gomes sublinhando a importância “de as comunidades estarem atentas para perceberem o que está em causa quando negoceiam com grandes empresas e procurarem ajuda antes de concetizar os negócos”, indicou o responsável.
No país a área de baldio “representa 6% do território”, segundo José Castro, investigador do IPB. Esta área é o equivalente a mais de 550 mil hectares de terrenos, que são comunitários, dos quais 50% estão localizados no Norte do país, onde estão inseridas áreas protegidas ou sítios da rede natura 2000. “É uma área considerável. Há casos de concelhos em que 60 a 70% da área é baldio. Em Bragança também a área é considerável, pois inclui o Parque Natural de Montesinho, que é grande. Temo nos baldios este potencial de ter uma área com uma escala que permite fazer um conjunto de atividades e projetos que a propriedade mais pequena não permite”, explicou Pedro Gomes. A Baladi quer “melhorar a informação que as comunidades dispõem para poderem gerir melhor estes territórios”, sublinhou o responsável.

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