A opinião de ...

A covid-19 não desapareceu

Desde 24 de fevereiro que a pandemia de covid-19 praticamente foi erradicada dos noticiários televisivos, radiofónicos e impressos.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, primeiro, os problemas económicos que conduziram à inflação, a seguir, e a seca, nas últimas semanas, a que se seguiu o flagelo dos incêndios.
Assuntos que se tornaram dominantes depois de quase dois anos e meio em que a pandemia monopolizou a atualidade, levando, muitas vezes, à exaustão do tema e dos cidadãos.
As pessoas cansaram-se de ouvir falar em vacinas e comportamentos preventivos.
As festas que este verão procuram trazer de novo a normalidade sentida antes da pandemia têm tido uma forte adesão da população, mostrando que as pessoas ansiavam pela libertação das máscaras.
De repente, sem que a realidade pandémica preencha o espaço informativo, o inconsciente coletivo assume que essa realidade em específico já não existe.
O problema é que, infelizmente, as coisas más não desaparecem simplesmente porque deixamos de falar delas, por mais cansados que estejamos.
Os números mais recentes a que o Mensageiro teve acesso mostram que ainda há casos de covid-19 em todos os concelhos do distrito de Bragança. Eram quase 300 na semana passada, uma realidade que contrasta com o que se verificou, por esta altura, nos dois anos anteriores.
Em 2021, por esta altura, havia 89 casos ativos em todo o distrito. Já no ano anterior, em 2020, eram 65 os casos ativos no Nordeste Transmontano.
Mesmo se a vacinação conseguiu atenuar os efeitos da doença, mais do que prevenir os contágios, a verdade é que a doença continua a circular entre nós livremente. E sabe-se que a seguir às festividades de verão chegam as doenças respiratórias no outono.
A partir de setembro, com o regresso às aulas e aos trabalhos de muitos veraneantes, a incidência terá tendência para aumentar, à semelhança do que aconteceu nos últimos dois anos.
O possível aparecimento de uma nova estirpe é um risco real e presente.
Por isso, em tempo de festas e de férias, não baixar a guarda é meio caminho andado para manter a saúde protegida.

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