A opinião de ...

Instituições anarquizadas potenciam atitudes desbocadas

No mundo das organizações e, consequentemente, das instituições, públicas, privadas, ou que subsistem com apoios estatais, existem, naturalmente, leis, regras gerais e regulamentos internos específicos e adequados a cada caso, que devem ser, não só conhecidos por todos os colaboradores, como também devidamente respeitados.
Uma das referências básicas de um colaborador em qualquer organização onde preste serviço é conhecer as regras internas, compreendê-las e, sobretudo, respeitá-las.
Um funcionário que, como lhe compete, conheça as normas instituídas, inerentemente, por si aceites, a partir do momento em que inicia funções laborais, e não as respeite, nem as cumpra, não está a respeitar-se a sim próprio, negando a sua própria condição de condição de trabalhador, nem assume o comportamento ajustado no que toca ao respeito pelos outros e pela própria organização que lhe proporciona a possibilidade de ter emprego e sustento.
Dada a forma, a maior parte das vezes, pouco cuidada, como são feitos muitos dos recrutamentos para laborar em contextos especiais, sobretudo em termos de humanização das funções, não sendo tidas, sequer, em linha de conta, as competências primárias em termos educativos, nem capacidades mínimas para o exercício do conteúdo funcional que se impõe, não será de admirar que, nalguns contextos organizacionais, se instalem ambientes anarquizantes, potenciadores de comportamentos que evidenciam falta de formação moral, pessoal, social, de educação e de saber estar e conviver em saudável cidadania, para já não falar do respeito pelo “outro”.
Também não é menos verdade que, quando nas organizações não se define e promove o respeito pelas hierarquias e todos os funcionários se acham no direito de mandar, se confundem laços familiares, com atribuições e competências funcionais, dificilmente podem poderão ter êxito, nomeadamente em termos de sustentabilidade das relações e definição de funções.
E, depois, como diz o povo, se numa casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão, também numa instituição onde não se cultiva o respeito, a educação e a função, também todos ralham e nenhum é dono absoluto da razão. Neste ambiente “doente” quem perde é a própria instituição, descredibilizando a imagem pública e institucional, acabando por secundarizar, para não dizer relegar para último lugar, o objecto que sustentou a sua criação e função.
É natural que os conflitos e as insatisfações, tantas vezes sustentadas em egoísmos doentios exacerbados, aconteçam nas instituições. Porém, quando, nalguns casos, as “embrulhadas” nas relações internas começam a fugir ao controlo institucional e não são resolvidas internamente, é importante evitar discussões na praça pública e ver gente de forma emocionalmente descontrolada, a falar mal de outra gente. Que merece respeito e tem direito ao bom nome. Haja, sobretudo, ponderação, educação e bom senso.
Só com diálogos civilizados e argumentos validamente sustentados, se podem obter bons resultados, sem nunca serem esquecidos os objectivos para os quais os organismos foram criados.
Em qualquer organização, dirigentes e funcionários existem para a servir e não para dela se servirem, potenciando o desenvolvimento harmonioso, dinâmico, positivamente interativo e materialmente sustentado.
Uma instituição é tanto mais forte e credível, quanto mais unidos estiverem os seus servidores, mais respeitadas forem as regras e mais se desenvolver o espírito de equipa, sólido, responsável, criativo, empreendedor e respeitador.

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