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Poderão ressurgir os Templários e, reabilitar-se a Ordem?

Saúdo a “Comenda de Mogadouro Penas-Roias, da Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Jerusalém”, que se deu a conhecer, entre nós, na última edição deste jornal[1].
A Ordem do Templo [Templários] e o Santo Graal tem sido inspiradores de inúmeros romances, de associações sociais, humanistas e altruístas e, de muita investigação séria dos que indagam, com paciência e profissionalismo, os muitos pontos ainda desconhecidos da breve mas intensa história da Ordem[2].
No século XII e XIII, a cruzada foi uma instituição permanente, verdadeiros peregrinos, ou simplesmente conquistadores, tomaram a cruz, para assegurar a proteção e o acolhimento aos peregrinos pobres que se dirigiam a Jerusalém. Fundaram-se ordens de monges soldados, onde os Templários e, a Ordem Hospitaleira de São João [depois Ordem de Rodes e, hoje de Malta], estão entre os mais célebres[3].
Durante a terceira cruzada, em 1118, Hugo de Payns e outros cavaleiros seus companheiros fundaram, em Jerusalém, a Ordem do Templo[4], assumindo um empenho religioso definitivo, por volta de 1120, professando os votos monásticos de obediência, pobreza e castidade, perante o Patriarca que lhes confiou oficialmente a missão de combater para proteger os peregrinos dos ataques dos salteadores islâmicos[5].
Os Templários gozam do favor de São Bernardo, que compôs para eles o “De Laude novae militiae”[6]. Considerados os guardas das mais sagradas relíquias da paixão de Cristo, nomeadamente do santo Graal [cálice supostamente usado por Jesus na última ceia], ao que se confere hoje uma certa autenticidade, claro está desmistificando o poema de Parsifal, de Wolfram von Eschembach, rejeitando todo o exoterismo, fantasia e artificialismo, nomeadamente o das últimas décadas[7].
O Papa Clemente V, em 1312, dissolve os Templários, através do injusto processo instruído contra eles pelo Rei Filipe o Belo de França[8] e, com a morte na fogueira do seu grão mestre Jacques de Molay, extingue-se definitivamente a Ordem. Pese o surgimento de louváveis associações, ninguém pode reclamar para si a herança Templária. A suspensão foi dada há 700 anos e, só poderá ser levantada por outro pontífice, que lhe modifique as disposições.
Ainda assim, poderão, apresentando-se os fundamentos caraterísticos, ressurgir os Templários e, reabilitar-se a Ordem? Dificilmente, pois as condições de admissibilidade são demasiado apertadas e, algumas delas já não fazem sentido. Os Templários eram uma ordem religiosa e militar, cujos elementos eram soldados, enquadrados num exército estável, solteiros, ou viúvos, comprometidos a não ter mulher e filhos, a observar o voto de obediência e a não possuir bens pessoais[9

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3879

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