Figueiredo Sarmento alvo de homenagem pela AIC

“Sinto-me de coração cheio. A emoção é muita, porque hoje é um grande dia. É a homenagem a um grande homem, um grande mirandelense, um homem da terra, um homem que trabalhou e que tanto fez por esta terra”. Era este o sentimento de Inês Silvestre, a presidente da AIC, no passado sábado, à noite, quando se preparava para receber mais de uma centena de pessoas (e mais lugares que houvesse no Flor de Sal) para o primeiro jantar solidário e simultaneamente de homenagem a Armando Figueiredo Sarmento, antigo chefe da repartição financeira e patrimonial da Direção Regional de Agricultura que chegou a liderar diversas instituições da cidade.
Este é um dos “momentos fortes” do primeiro ano de vida da AIC, sublinha Inês Silvestre, confessando que a direção que preside preparou tudo ao pormenor para que fosse uma grande surpresa para o homenageado. “Ele perguntou-me o que é que estava a preparar, mas conseguiu esconder até à última”, diz.
Agora com 91 anos, reconhecido como um profissional de grande capacidade de trabalho, dinâmico e acérrimo defensor da sua terra e das suas gentes, Figueiredo Sarmento confessa que foi apanhado de surpresa. “Uma surpresa grande, ainda não sei o andamento que este evento vai ter. Disseram que era surpresa, não me esclareceram nada. Organizaram isto. Não é que não concordasse. Tentei desmobilizar, mas não havia necessidade, porque cada um faz o que pode e eu não fiz mais do que devia ter feito pela minha terra”, diz.
Figueiredo Sarmento agradece “a amabilidade” da presidente da AIC e reforça que a sua vida foi sempre pautada por “bairrismo agarrado às coletividades, às associações. Uma vida inteira. E nem sempre compreendido, como acontece com todas as pessoas”, acrescenta.
Figura icónica de Mirandela
Frequentou o ensino primário e liceal, tendo completado o Curso Geral dos Liceus, em 1952, em Bragança.
A sua atividade profissional, começou ainda como estudante, no ano de 1946, como auxiliar administrativo da ex-Brigada Técnica da III Região – Mirandela, do Ministério da Agricultura. Cumprido o serviço militar obrigatório no Estado-maior do Exército, ingressa na Direção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde exerceu funções de Chefe de Secção e responsável pela área de relações públicas.
Aposentou-se em Dezembro de 1989, como Chefe de Repartição Financeira e Patrimonial daquela Direção Regional de Agricultura.
Abraçou a atividade jornalística de 1956 a 2002, colaborando com vários jornais da região, sendo também correspondente dos jornais nacionais, “Comércio do Porto” e “1º de Janeiro”. Foi fundador e delegado distrital da Agência Lusa.
Ocupou o cargo de Vereador na Câmara Municipal de Mirandela, de 1969 a 1972 e ao longo dos anos foi eleito para membro da Assembleia Municipal. Foi presidente dos Bombeiros Voluntários de Mirandela, juiz da Confraria Nossa Senhora do Amparo, e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela.