Bragança

Autarca critica “perda de serviços” com a redução de viagens e escalas do avião, oposição responde

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2024-03-07 15:05

O presidente da Câmara de Bragança, Paulo Xavier, lamenta a redução do número de viagens e de escalas em alguns dias da semana na ligação aérea entre Trás-os-Montes e o Algarve, até 7 de junho. Trata-se do período de vigência da solução contratual transitória encontrada entre o governo e a empresa Sevenair, por ajuste direto, que permite que a carreira não seja interrompida com o fim do contrato que terminou no passado dia 28 de fevereiro.

Segundo o novo horário publicado pela empresa, que vigora entre 29 de fevereiro e 7 de junho, as viagens passam a realizar-se às segundas e sextas-feiras em todas as escalas. Terça e quinta-feira os voos são diretos entre Bragança e Cascais,  saltando as escalas de Vila Real e Viseu. Quarta-feira e domingo não há voos, e aos sábados o avião não faz escala em Vila Real.  

Paulo Xavier, comentou a situação numa sessão da Assembleia Municipal de Bragança, na passada quinta-feira, onde o assunto foi levado a plenário pela deputada municipal Isabel Lopes considerando, o autarca, que o modelo temporário em vigência na carreira aérea “representa uma perda” para a região face à redução do número de viagens.

Ao longo do ano a Sevenair praticava vários horários, nomeadamente o de Inverno, com uma viagem de ida e outra de volta entre segunda a sexta-feira, com paragem nas várias escalas Bragança-Vila Real-Viseu-Cascais-Portimão. No Verão fazia duas viagens de ida-volta entre em toda a rota.

Isabel Lopes criticou o atraso na aprovação do novo concurso internacional, 21 dias antes do fim da concessão. “Até 7 de junho vão suprimir viagens e escalas. Às quartas-feiras não há voos, o que representa muito transtorno porque as pessoas podem precisar de viajar.  Quem vá para Lisboa na terça-feira ou vem no mesmo dia ou não pode vir no dia seguinte, à quarta-feira. É uma perda para a região”, afirmou Isabel Lopes que acusa o governo “de negligência e falta de atenção que resultou neste atraso e retrocesso”.  

O operadora Sevenair, que detinha a concessão para exploração da ligação Bragança-Vila Real-Viseu-Cascais-Portimão nos últimos quatro anos, foi convidada pelo governo a manter a operação através de uma adjudicação por ajuste direto, no valor de 750 mil euros. A solução transitória permite que o avião continue a voar enquanto decorrem os trâmites do concurso público, que envolve uma subvenção de 13,5 milhões de euros. Já não é a primeira vez que o governo recorre a uma alternativa deste tipo enquanto decorre o concurso público.

Governo do PSD interrompeu carreira aérea três anos

Entre  2012 e 2015 a  carreira foi interrompida pelo  o governo do PSD, liderado por Pedro Passos Coelho. A ligação foi restabelecida em 2015 quando António Costa era primeiro-ministro eleito pelo PS.

Sobre a ligação aérea, Fátima Bento, da CDU, disse que esta decisão do ajuste direto “é um relexo claro da falta de planeamento e da desconsideração para com as necessidades reais das populações das regiões abrangidas”. Por isso,  a comunista pede maior “acessibilidade económica” nas viagens. “Bilhetes mais baratos, porque são proibitivos para a maioria da população”, referiu Fátima Bento.

Do lado do Partido Socialista, Luís Pires, destacou que o avião “já foi suprimido” [pelo governo do PSD liderado por Pedro Passos Coelho] e reposto pelo PS.  “Não me lembro de Luís Monenegro ou a autarquia  brigantina vir com comunicados por causa disso”,  afirmou sublinhando que “o serviço tal como estava não permite ir e vir a Lisboa tratar de assuntos no mesmo dia”.

Luís Pires realçou é que o imporante “é que o serviço está a funcionar e não foi interrompido no dia 29 de fevereiro”.

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