Colaboração entre a Resíduos do Nordeste e o IPB desenvolve projetos de investigação inovadores

A empresa multimunicipal Resíduos do Nordeste (RE) e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) assinaram um protocolo que revalida a colaboração que mantém há vários anos, na passada terça-feira, que permite desenvolver em conjunto projetos de investigação na área ambiental e da sustentabilidade, que representam um investimento superior a um milhão de euros, com financiamento de programas comunitários.
“É uma colaboração muito importante esta ligação da academia com o mundo empresarial. A Resíduos do Nordeste é uma empresa intermunicipal e dá-se a possibilidade aos alunos do IPB, que assim têm o primeiro contacto com o mundo laboral, e a investigadores para poderem colaborar”, referiu João Gonçalves, presidente da RE e autarca de Carrazeda de Ansiães.
Parceria confere nova dinâmica
Segundo o autarca esta parceria é frutuosa para a empresa, pois “permite dar-lhe outra dinâmica e ambição”.
A área ambiental com aplicação prática é o objetivo dos vários projetos. “A reutilização de embalagens, a otimização de rotas de recolha dessas embalagens para os centros de resíduos, a transformação e valorização de resíduos sólidos plásticos em materiais de alto valor acrescentado, nomeadamente em nanotubos de carbono e ainda um terceiro projeto onde se vai focar o aproveitamento de embalagens em outro tipo de materiais para serem usados na construção civil e no tratamento de águas”, indicou Hélder Gomes, docente e investigador do IPB e coordenador de algumas investigações que estão a ser desenvolvidas pelos alunos.
Dos vários projetos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) destaca-se a digitalização como ferramenta para melhorar a sustentabilidade do processo de recolha seletiva; A digitalização como ferramenta para melhorar a sustentabilidade do processo de recolha seletiva; ou a Avaliação do Ciclo de Vida de materiais geopoliméricos obtidos a partir da valorização de resíduos sólidos urbanos. “Temos obtido bons resultados. Os projetos também têm diferentes maturidades, uns já estão quase no final e outros estão no meio ou a iniciar”, acrescentou o docente.
Novos conceitos de investigação
Um dos projetos mais inovadores é aquele em que se analisa o modelo de gestão de bioresíduos da empresa avaliando o impacto global ao longo do seu ciclo de vida. “Procurando oportunidades de melhoria e de redução do impacto ambiental usando ferramentas que medem o impacto ambiental das diferentes etapas no processo de recolha, transporte e valorização dos resíduos e depois a procura de oportunidades para reduzir o impacto ambiental e aumentar a eficiência energética dos processos. Já percebemos que há mecanismos que a empresa tem no terreno que contribuem para a valorização dos resíduos, mas podem ser feitas melhorias na otimização dos modelos de recolha”, descreveu Artur Gonçalves, docente e investigador do IPB.
Concluiu-se que todos os processos de valorização de resíduos têm algum impacto, mas nas alterações climáticas “é a compostagem, que apesar de ser um processo que gera um valor no composto, gera mais emissões de CO2. O que também tem impacto”, referiu Artur Gonçalves.
A empresa Resíduos do Nordeste, criada há 22 anos, agrega 13 municípios, 12 do distrito de Bragança e Vila Nova de Foz Côa (Guarda).