Diocese

D. Manuel de Jesus Pereira trasladado para a Catedral

Publicado por Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais em Qui, 2021-09-16 10:36

De acordo com a plurissecular tradição da Igreja Católica é costume sepultar os Bispos na Catedral da sua Diocese. D. Manuel de Jesus Pereira, 41.º Bispo de Bragança-Miranda, vai ser trasladado do cemitério de Baldos para a Catedral.

A celebração terá lugar no próximo sábado, por ocasião do 43.º aniversário do seu falecimento e do 110.º aniversário do seu nascimento.

 

Natural de Baldos, no concelho da Moimenta da Beira, Diocese de Lamego, D. Manuel de Jesus Pereira foi ordenado presbítero em 15.06.1933 e ordenado Bispo a 15.08.1948.

Exerceu o seu ministério episcopal como Bispo auxiliar do Funchal, entre 1948 e 1953, e entre 1953 e 1965 como Bispo auxiliar de Coimbra.

Interveio na 101.ª Congregação Geral do Concílio Ecuménico Vaticano II, em 14.10.1964, e em 20.02.1965 viria a assumir a Diocese de Bragança-Miranda onde esteve como Pastor até à sua morte, ocorrida a 11.09.1978.

 

Renovação conciliar

Foi membro da Comissão Nacional de Liturgia e ficou conhecido pela renovação conciliar que promoveu na Diocese transmontana: em 1965 diligenciou junto do clero e leigos um estudo sobre os documentos conciliares; em 1967 avançou com o primeiro “Curso de Actualização Pastoral à Luz do Vaticano II” também para o clero e laicado, do qual resultou a criação do Conselho Presbiteral e do Conselho Pastoral.

Após o segundo curso de pastoral do clero (1968) concluiu-se a necessidade da reestruturação das conferências eclesiásticas e a constituição ou reestruturação da comissão de Liturgia e música sacra, secretariados de pastoral, educação cristã, pastoral das vocações e apostolado dos leigos.

 

 

 

 

Depois de uma série de estudos pastorais, em 24.11.1972 define a pastoral diocesana em 3 setores (pastoral do clero, pastoral da educação cristã e apostolado dos leigos), nomeia 3 vigários episcopais e procede à reestruturação dos secretariados da catequese, ensino religioso médio e pastoral diocesana.

 

Catedral

Tendo herdado o pesado fardo da construção da Catedral fez diligências junto de várias entidades. Em 30.08.1967, perante um conjunto de ilustres, chegou a presidir à inauguração da exposição do esboço da nova Catedral, mas debateu-se com inúmeros impedimentos por parte do Estado.

 

Reformulação da Cáritas

No sector social reformulou a Comissão diocesana da Cáritas (1966) passando esta a ter estatutos, personalidade jurídica civil e um fundo diocesano (1976). No ano seguinte presidiu ao primeiro “Dia-Cáritas em Bragança” que contou com uma alocução de D. António José Rafael, seu Bispo auxiliar.

 

Vocações

Apoiou a causa da beatificação do venerável do Frei Casimiro Wyszynski, da Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição.

Durante os 13 anos em que esteve à frente dos destinos da Diocese incentivou à catequese, apoiou os docentes de educação moral nas escolas e teve sempre um carinho especial pela obra da Pastoral das Vocações, pelos seminários e pelos movimentos juvenis.

Apelando à oração pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias percorreu toda a Diocese, em visita pastoral, levando consigo a veneranda imagem de Nossa Senhora de Fátima. Presidiu a muitas comunhões e conferiu o crisma a milhares de crianças e jovens.

 

 

 

Benzeu-se a Loca do Cabeço, no Santuário Cordimariano de Cerejais (1965), reorganizaram-se os Seminários de Bragança e de Vinhais bem como o Convento e Seminário de Balsamão (1965) pertencente aos Padres Marianos. Construiu-se a Casa do Clero e de Retiros, em Cabeça Boa (Bragança), entre 1965 e 1972, o Lar académico de S. Domingos Sávio, em Bragança, a Casa Paroquial de Vimioso (1968) e a igreja do Carmelo da Sagrada Família (1974), em Moncorvo.

No ano do Cinquentenário das Aparições de Fátima (1967) presidiu à Peregrinação diocesana (12 e 13 de outubro) que levou à Cova da Iria cerca de 5000 diocesanos.

Foi durante o seu episcopado que a congregação das Servas Franciscanas de Jesus Sacramentado enviou várias religiosas para o continente africano, e o ministro do Ultramar agraciou a congregação diocesana com um reconhecimento pelo seu empenho missionário (1969).

Em 1970 presidiu ao segundo centenário da erecção da Diocese de Bragança, e em Setembro do ano seguinte, a Diocese promoveu a primeira peregrinação cigana ao Santuário da Senhora da Serra.

Em 1974 presidiu à peregrinação Jubilar do Ano Santo no Santuário da Senhora da Serra.

Ordenou mais de duas dezenas de presbíteros e presidiu ao Cinquentenário da fundação do Seminário de S. José de Vinhais.

Animou os movimentos, nomeadamente os Cursos de Cristandade, o escutismo, a Legião de Maria, a Ação Católica, etc.

 

Comunicações

No âmbito das comunicações sociais, o jornal “Mensageiro de Bragança”, conheceu as suas primeiras instalações na tipografia da Casa de Trabalho (até ali funcionavam nos quartos dos sacerdotes, no Seminário) e, em 1969, a instituição foi apetrechada com novos equipamentos de impressão.

 

Nesse mesmo ano, o Prelado apoiou o projeto de instalação de um retransmissor da Rádio Renascença, no monte S. Bartolomeu, em Bragança. Deu continuidade à folha mensal “Conversando Interfrates” fundada por D. Abílio Vaz das Neves.

 

Pós-25 de Abril

Em março de 1975, D. Manuel pediu ao Papa um Bispo auxiliar para a Diocese. Foi nomeado e ordenado no episcopado, dois anos mais tarde, o Cónego António José Rafael, do presbitério de Lamego.

A 27 de julho de 1975, o Prelado saudou a grande manifestação de apoio à Igreja e ao Episcopado, em Bragança, composta por cerca de 12 mil fiéis de toda a Diocese que reivindicaram respeito pela ação benemérita dos Bispos e Sacerdotes de Portugal, pelos direitos fundamentais da pessoa humana, pela liberdade de expressão e, ainda, pela devolução da Emissora Católica Portuguesa à Igreja e a devolução do Colégio de S. João de Brito à Diocese.

 

A celebração da trasladação será na Catedral no dia 18 de setembro, sábado, e está marcada para as 10h30. Presidirá D. José Cordeiro, Bispo diocesano, e contará com a presença do presbitério, dos familiares, autoridades e fiéis leigos.

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