Bragança - Entrevista a André David

“Queremos alcançar a melhor classificação de sempre do GDB”

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2016-02-18 11:09

Depois de um ano de ausência, o Bragança está de volta à fase de subida do agora denominado Campeonato de Portugal. Com André David ao leme, os canarinhos foram a melhor equipa da Série A, uma das mais equilibradas do campeonato. Ao Mensageiro, o técnico antevê a fase de subida.
 
Mensageiro de Bragança:  Que balanço se faz da primeira fase do campeonato?
André David:
É justo dizer que somos a melhor equipa, que praticamente liderou a série A durante toda a primeira fase. Fomos um equipa muito competitiva, organizada, equilibrada e com qualidade de jogo. A prová-lo está o facto de sermos a melhor defesa e o melhor ataque desta série. No entanto, foi uma primeira fase muito difícil e muito equilibrada, onde havia, até às ultimas jornadas, 4/5 equipas para os dois lugares de acesso à fase de subida à II Liga.

MB.: Houve alguns momentos em que a equipa pareceu ir um pouco abaixo, deixando fugir vitórias que, em condições normais, seriam garantidas. O que aconteceu?
AD.:
É verdade, dos sete empates, em cinco deles estivemos na frente e acabamos por deixar fugir a vitória. Sabemos o que poderá ter falhado, mas essa análise é feita internamente. Refletimos, identificamos e, agora, vamos reforçar o trabalho sobre esses aspetos para evitar que o mesmo venha a acontecer de novo.

MB.: Ficou surpreendido com a prestação das outras duas equipas da região, o Argozelo e o Mirandela?
AD.:
Não sou a pessoa ideal para analisar os outros, pois não vi quase jogo nenhum de ambos, a não ser os que disputaram contra nós e, nesses, o Bragança foi mais forte: fez quatro pontos com o Mirandela e seis com o Argozelo. O que me parece é que o Mirandela falhou o objetivo delineado, apesar de ter bons jogadores, e o Argozelo fez uma prova em crescenco e mostrou ser capaz de se manter nesta divisão.

MB.: O que pensa das críticas dos outros clubes da região ao favorecimento ao GDB?
AD.:
É inequivoco que fomos a melhor equipa, melhor ataque, melhor defesa, melhor equipa a jogar fora de casa, terceira melhor equipa a jogar em casa e lideramos durante 12 jornadas.
Contra factos não há argumentos.

MB.: O que perspetiva para esta próxima fase?
AD.:
Vai ser uma fase muito equilibrada, talvez a mais equilibrada de sempre do CP. Nós queremos continuar a fazer história no clube, queremos fazer a melhor classificação de sempre.

MB.: Em Argozelo apontou a necessidade de reforçar a equipa para tentar o apuramento para a II Liga. Chegou apenas um reforço. É suficiente para esse objetivo?
AD.:
Temos os pés bem assentes na terra, há equipas que se reforçaram muito e, pela experiência acumulada nesta fase da competição, Vizela e Fafe são claramente favoritas. Nós reforçamo-nos dentro daquilo que é a possibilidade do clube. Queremos fazer a melhor classificação da história do clube. Vamos continuar a ser uma equipa competitiva, agressiva e com qualidade de jogo, e para nos ganharem vão ter de ser muito mais fortes que nós.

MB.: Quais serão os adversários mais difíceis?
AD.:
Penso que esta fase vai ser muito competitiva e equilibrada, vão perder-se muitos pontos. Quem for mais regular vai andar nos lugares da frente.

MB.: O que se pode esperar da equipa do GDB?
AD.:
Uma equipa com qualidade de jogo, equilibrada e muito competitiva. Um grupo feliz com enorme vontade em continuar a fazer história no clube.

MB.: Considera que o futebol no Campeonato de Portugal tem evoluído taticamente desde que foi introduzido este novo modelo de competição?
AD.:
Parece-me que o CPP tem um nivel mais baixo que a antiga II Divisão B, o que acaba por ser normal. Quanto à qualidade de jogo, ainda há muitas equipas a privilegiar a estratégia de jogo e mais preocupadas em que o adversário não jogue o seu jogo, do que em jogar o seu próprio jogo. Embora no futebol se viva de vitórias, eu acredito que é possivel juntar qualidade do futebol praticado às vitorias. Uma equipa que sabe como atacar o adversário, preparada sempre para o momento em que pode perder a bola e uma equipa que sabe tapar os espaços para a sua baliza, preparada quando recuperar a bola explorar os espaços concedidos pelo adversário, está sempre mais próxima da vitória.

MB.: Que tipo de abordagem tática privilegia nas equipas?
AD.:
Geralmente as equipas no CP a jogar fora dão iniciativa de jogo ao adversário e procuram em contra-ataque causar mossa. Em casa, acham-se na obrigação de assumir o jogo e são equipas geralmente mais ofensivas. Acho que, tal como noutros campeonatos, se joga demasiado em função do adversário, mudando, por isso, muitas vezes aquilo que é a identidade da própria equipa. Eu acredito que o modelo de jogo é o nosso bilhete de identidade. Seja em que campo for, devemos apresentar sempre o mesmo cartão de visita, mudando pormenores estrategicamente de acordo com o adversário.
 

Assinaturas MDB