A opinião de ...

Salve-se a escola Pública e a Dignidade dos Profissionais da Educação em Portugal.

Temos assistido nos últimos tempos em Portugal a uma imensa greve dos professores da escola pública, a que se juntaram também os funcionários e outros auxiliares da educação, diga-se que é uma greve mais do que justa. Para além de ser uma greve altamente justa, que só peca por tardia, quer repor, não só o respeito, como a dignidade da educação no nosso país. Na realidade, os professores têm sido prejudicados, em vários aspectos na sua nobre missão de educadores, já há muitos anos. Eu, como docente, felizmente já aposentado, sou testemunha disso mesmo. Desde a colocação longe de casa (e a situação complica-se ainda mais, quando no casal ambos são professores e têm filhos pequenos…), os baixos salários alcançados ao fim do mês, a legislação que dificulta a progressão na carreira, o congelamento a que fomos submetidos, o crescente excesso de burocracia nas escolas e o desprestígio da classe docente. De facto, o excesso de burocracia na classe docente é terrível e “massacra” os professores, cada vez mais. A educação pública é fundamental num Estado democrático. Para isso temos que criar condições para que os docentes possam ensinar como lhes compete e os auxiliares educativos tenham ordenados compatíveis com o crescente aumento do custo de vida. Rejeitamos visceralmente a ”municipalização” da educação no nosso país (sabemos o que isso representa…), a não contagem integral do tempo de serviço, e o acesso ao 5º e 7º escalão com quotas, muito problemáticas. Conheço colegas que estão há muitos anos no mesmo escalão e sem grande hipótese de progredirem…isto desmotiva os professores.
Nova greve está já convocada para o dia 20 deste mês, no Distrito de Bragança e outra manifestação nacional no dia 11 de Fevereiro. A bem da Escola Pública, esperamos que o Ministério da Educação e os sindicatos cheguem, em breve, a um acordo justo, para bem dos professores, dos profissionais da educação (que têm salários extremamente baixos, diria miseráveis…) e, sobretudo, para o bem dos nossos alunos. Deus queira que esse indispensável entendimento (sem politiquices à mistura…), chegue depressa e satisfatoriamente, para bem de todos nós e da nossa querida Pátria.
Como professor de História, gosto de tomar o exemplo do Japão, país que eu muito admiro. No Japão os únicos que não fazem vénias ao Imperador, são os professores, pelo contrário o Imperador é que se curva, excecionalmente, quando se cruza com um professor. Dizem eles: “é que sem professores, não havia médicos, advogados e outras profissões úteis à nação e ao povo, em particular”. Escolhamos os bons exemplos.

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