A opinião de ...

Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado

Abril trouxe o que mais necessitávamos, instabilidade!
Primeiro, as trovoadas que regaram alguns pontos da região, como sabem são fenómenos caprichosos, distribuem-se irregularmente, daí não ser um padrão dos mais eficazes para minimizar a seca. Depois assistimos ao recuo do anticiclone, que após meses de persistência a bloquear a chegada de tempo invernal, cedeu e proporcionou não apenas alguma precipitação estratiforme, generalizada em toda a região nos últimos dias, mas uma verdadeira bênção para os campos, como o maior nevão da temporada, neve tardia mas não anormal, trata-se de um fenómeno bastante comum na nossa região nesta altura do ano.
O que mais impressionou foi a dimensão do nevão, a cotas altas, acima dos 1000 metros, previa-se uma nevada significativa e assim foi, houve algumas surpresas, com a cota de neve a cair pontualmente aos 600 metros e até se viram alguns flocos na cidade de Bragança, sem mais consequências. O degelo da neve contribuiu para um aporte muito importante de humidade nos solos das áreas de montanha, assim como para reforço dos aquíferos.
Findo este episódio, o importante é saber o que esperar no resto do mês de abril e em especial para a semana da paixão de cristo, quando muitos filhos da terra regressam ao nosso Reino Maravilhoso. Assim e durante o próximo fim-de-semana é provável que tenhamos dias soalheiros, com temperaturas que irão subindo significativamente, Bragança e Miranda do Douro chegarão aos 19ºC, Macedo de Cavaleiros aos 20ºC, Mirandela aos 22ºC, pontualmente podem superar-se estes valores nos vales do Douro e Vilariça, as noites continuarão frescas, as mínimas irão variar entre os 3ºC e os 5ºC em todo o nordeste transmontano.
Para a Semana Santa, embora com muita incerteza, com os modelos a mudarem completamente os cenários a cada saída, parece um pouco mais provável que haja alguma instabilidade, ou seja, precipitação e temperaturas algo baixas para o período, más notícias para as localidades com eventos religiosos ao ar livre nessa semana, contudo, precisamos que se continue a registar precipitação, pois o espectro da seca continua bem presente.
Em relação às albufeiras da bacia do Douro, por fim temos dados a março do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, Alijó e Serrada estão a 100% da sua capacidade e o Azibo a 89.2%. No âmbito geral, a bacia do Douro encontra-se a 65% da sua capacidade quando a média para o período é de 74.3%, dados que nos tranquilizam para o longo verão que se aproxima.
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