A opinião de ...

Celebrar com urbanidade!...

Dada a velocidade da mediática atual, somos, constantemente, bombardeados com notícias, relatos, reportagens, dos mais variados lugares do mundo, sustentadas nos casos mais insólitos.
Atos violência, tantas vezes sem se saber bem a razão da sua existência, infelizmente, ocupam grande parte dos espaços informativos/noticiosos, entrando pela casa dentro da mais inesperada proveniência. Quando, instalados no nosso confortável sofá, assistimos, serenamente, a imagens chocantes de violência extrema e gratuita, provenientes de lugares distantes, somos rápidos a censurar e até a pensar que só acontece aos outros, ou noutros lugares que não no nosso meio, ou no nosso país, à beira mar plantado.
Pois bem, tudo isso, não passa de pura ficção. Porque, neste mundo global, tudo, sobretudo o que é mau, acontece em todo e qualquer lugar. Mesmo nos contextos sociais que parecem mais civilizados e em ambientes onde deveria emergir a alegria, compreensão, tolerância, respeito, a ética…E os recintos e espetáculos desportivos são um exemplo disso mesmo.
Ora, os acontecimentos recentes provam, inequivocamente, que a violência emerge de fora tão inesperada quanto espontânea, com um ligeireza que até atormenta.
Vimos, nos últimos dias, na televisão, imagens de violência, que contrastam com o que se pretendia fosse uma festa. Uma grande festa, diria!... Neste caso do futebol.
Mas o desporto e o futebol em particular, que arrasta multidões, não é, ou não deve ser, o que se viu e assistiu através dos vários de televisivos, em Guimarães, no Porto, em Lisboa. Longe Disso.
Tudo o que se viu, repetido até à exaustão, e com alguns órgãos de comunicação, sequiosos de casos “bombásticos”, a fazerem dos acontecimentos, por vezes, o que verdadeiramente não são, não é nada abonatório, do futebol nacional e do país no seu todo.
Festejar um acontecimento desportivo do ano, tem toda a razão de ser, independentemente do clube que conseguiu o seu objetivo satisfazer.
Só que as celebrações deveriam acontecer com alegria, entusiasmo, num contexto de autêntica festa do desporto e do futebol, onde fosse evidente a urbanidade e o respeito pelos outros.
Ao contrário de atos de selvajaria, roubos descarados, violência física e verbal, deveriam ser erguidas, bem altas, as bandeiras do desportivismo, da a tolerância, da rejeição do racismo e clubismo doentio, da convivência pacífica entre todos.
E não vamos dizer que a culpa é só dos adeptos, sejam eles de que clubes forem. As responsabilidades começam, em primeiro lugar, nos dirigentes que, em vez de utilizarem uma comunicação pedagógica, positiva, construtiva e pacificadora, erguem as vozes, como se donos razão sempre fossem, para inflamar os ímpetos, nomeadamente, os mais frágeis e menos esclarecidos. Para verem no outro (clube) um inimigo a abater, de todas as formas, e não um parceiro de competição e um simples opositor com o qual uma boa relação se deve manter.
Por isso, entendendo que as posturas de civismo e conciliação devem ser adotadas pelos responsáveis mais diretos pelo futebol, de modo a que não se promova um espírito inimizade e violência, sobretudo proveniente dos recintos desportivos, que leva à insegurança, que pode assumir proporções imagináveis, que não envergonham só os protagonistas, mas todos nós.
Por outro lado, as notícias sensacionalistas, também não ajudam à serenidade e a evitar situações de violência nem, muito menos, que seja consolidada a cultura do medo e da insegurança.

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3525

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