A opinião de ...

Concerto solidário

Numa altura em que a barbaridade económica se abateu sobre todos nós, as nossas famílias e, consequentemente, as instituições, é importante não só, cultivar o espírito de coesão, para manter a força e a vontade de triunfar, contrariando as adversidades, como também promover a cooperação intergeracional, de modo a que todos, em sintonia e convergência, consigamos amenizar as dificuldades.
Neste contexto, às vezes sem disso darmos conta, os “milagres” acontecem, mesmo junto de nós e, talvez por isso, não lhe demos valor. A vida e a interação, promovida e desenvolvida em rede, que as novas tecnologias permitem, também potenciam ideias prósperas que se traduzem em resultados positivos inegáveis.
Hoje em dia é determinante encontrar caminhos novos, diferentes, mesmo por oposição aos já percorridos, de forma sustentada, próspera e sincronizada, que vão de encontro às novas realidades sociais, onde o espírito de solidariedade desempenha um importante papel, convocando-nos para resolver problemas e apoiar causas nobres.
Se é certo que a solidariedade não tem idade e que, atualmente, ela parte, em grande parte, dos mais velhos para os mais novos, o contrário também é verdade.
Este espírito e esta forma de estar, ficaram inequivocamente demonstrados, na noite da passada sexta-feira, dia 21 de Março, na emblemática Igreja de Santa Maria, no Castelo de Bragança.
Com efeito, correspondendo a um desafio lançado pelos responsáveis da prestigiada Fundação Betânia, cujo mérito dos seus servidores deve ser enaltecido, sobretudo neste contexto, foi possível assistir a um memorável espetáculo musical, protagonizado mediática revelação da música brigantina/portuguesa, o Grupo “Lacre”!...
Designado, e bem, como Concerto Solidário de Primavera, tendo como referência a credível organização que o dinamizou, bem como o nome do Grupo Musical, este evento ultrapassou, de longe, as expetativas. Estou em querer que, aquele espaço de culto, mas que em boa hora foi dispensado para um acontecimento desta natureza, poucas vezes terá registado tão elevado número pessoas, que não terão dado como perdido, o tempo que ali permaneceram a ouvir os “Lacre”. Antes pelo contrário. Todo a envolvência merece nota positiva.
É que para além de outros aspetos, não podemos, também, deixar de considerar como mais valia, o desenvolvimento ou o reforço de identidades e afetos postos ao serviço do bem e de uma instituição que cuida dos mais idosos, que merecem a atenção e respeito de todos.
Pena é que, por aquilo que me foi possível observar, o espírito e a filosofia da solidariedade tenha ficado na gaveta, por parte de algumas organizações/pessoas, sobretudo IPSS, que tantas vezes, de forma pavoneada a verbalizam e reivindicativa a reclamam.
Parabéns, pois, aos responsáveis da Fundação Betânia, aos “Lacre”, a todas a pessoas presentes e até mesmo a algumas ausentes que não puderam comparecer.
Nunca devemos desistir de empreender, cooperar, ajudar e de fomentar a união em prol de atividades que promovem o bem-estar e a felicidade de quem temos no coração, os nossos idosos.
Faço votos para que a contribuição desta ação venha minimizar o esforço institucional para a aquisição de uma viatura destinada a pessoas, sobretudo idosas, com reduzida capacidade de mobilidade.
Porém, estou convicto que outras atividades inovadoras vão surgir com vista à ajuda na concretização deste objetivo/causa.
Quando as pessoas querem…

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