A opinião de ...

Ideia feliz - Promover produtos regionais em Paris!

 
No quotidiano social em que vivemos, perante os múltiplos desafios que enfrentamos, sobretudo ao nível da sustentabilidade económica, encaixa, na minha opinião, muito bem, a conhecida frase: “pior do que ter falhado é nunca ter tentado”.
Portanto, num contexto de dificuldades e contrariedades, por vezes institucionais, é importante tentar, ousar, empreender, conseguir realizar e fazer. Se assim fizermos,  se não ficarmos de braços cruzados, contrariaremos os sentimentos de subserviência institucional e o espírito dominado pela insegurança, pelo receio de falhar, que destrói a alegria de ser, de viver e de sentir, motivando, de forma positiva, aqueles que estão à nossa volta. Não podemos ter medo de criar, de empreender, de fazer, para conseguir dar conta do que nos propomos realizar. É certo que é mais cómodo, sobretudo em termos de alvo para críticas detratoras, não fazer nada, ou mesmo fazer sem criatividade, sem ousadia. Porém, essa postura é um sinal de conformismo de que não partilho, muito menos gosto que se instale nas organizações em que me incluo.
Por outro lado, entendo que a inépcia e a dependência puramente institucional, constituem um caminho perigoso nas organizações que, desse modo, acabam por não conseguir criar um estilo próprio e autónomo de sobrevivência.
Quer em termos pessoais, quer organizacionais, se ficarmos à espera, contemplando, ou pensando que algo nos possa vir do “Céu”, não vamos a lugar nenhum.
Importa, pois, apostar decididamente no sucesso, na sua efetiva implementação, fazendo toda a diferença na vida de uma organização, ao mesmo tempo que se deve potenciar a motivação individual e coletiva, no sentido de a tornar todo o ambiente associativo mais feliz, mais eficaz, desenvolvendo a união no seu interior, para que os seus membros se possam sentir mais alegres e motivados e, consequentemente, mais colaborantes e unidos.
Vem isto a propósito da ideia de a Confraria do Butelo e da Casula se deslocar à zona de Paris, no próximo fim-de-semana.
À primeira vista, uma viagem a Paris, não constituiria qualquer atividade invulgar. Claro que não. Todavia, interessa salientar que a deslocação da Confraria do Butelo e da Casula, não acontece por acaso e ao acaso.
Insere-se, com efeito, no âmbito do objeto que sustentou a sua criação, bem como dos valores educacionais, de cidadania e urbanidade que estão associados a esta insituição.
Ora, sendo o propósito, a divulgação e promoção do butelo e da casula, bem como dos produtos regionais que estão associados, organizar e realizar atividades inseridas neste contexto, sem fins lucrativos, mas antes com encargos suportados pelos próprios confrades, tem sido a linha de orientadora desta nobre confraria. Desinibidamente!...
Deslocar três dezenas de elementos – confrades – à capital francesa, a custas próprias, não está ao alcance de qualquer associação, diria mesmo de muito poucas, sobredtudo numa região interior como a nossa. Porém, mantendo um espírito, vivo e ativo, este grupo de aficionados do butelo e da casula, vai tornar-se, durante três dias, o grande embaixador da gastronomia do nordeste transmontano, realizando contactos, participando em atividades culturais e turísticas e, claro está, convivendo com os nossos emigrantes e autoridades locais, de que se destaca a presidente do município de Puteaux.
Aliás, o convívio e a confraternização com emigrantes, constituirá o ponto alto do programa da comitiva Brigantina, no sábado à noite, com a realização de um jantar para cerca de centena e meia de participantes, onde o butelo e casula e demais produtos gastronómicos associados, serão referência principal da ementa, temperada com azeite de qualidade e regada com bom vinho, tudo adquirido no distrito de Bragança. E se a alegria e o entusiasmo dos Confrades são já bem patentes, tendo em conta o ambiente recetivo que já se faz sentir junto da comunidade emigrante na região de Paris, bem pode dizer-se que a esta iniciativa da Confraria do Butelo e da Casula, é uma ideia feliz!

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