A opinião de ...

O querer, o saber e o querer mudar

Por mais apedeuta que qualquer pessoa seja, terá sempre algo para ensinar e muito para aprender, nomeadamente tendo em conta que a formação e o conhecimento vão muito para além de estudar ler e ouvir. Por mais letradas, eruditas, ou tecnicamente formadas, que sejam as pessoas têm, ainda e sempre, muito a aprender. Há inúmeras coisas que não sabemos, experiências de que não usufruímos e ambientes que não partilhamos. 
O nosso saber e a nossa experiência de vida terão um valor acrescentado se, também, tivermos consciência das nossas limitações, num contexto de humildade e reconhecimento de que os outros podem ser fonte complementar daquilo que já apreendemos e experienciámos, potenciando uma interação positiva de vida, de aprendizagem e mudança. E as mudanças, na sociedade atual, de constante procura e insatisfação, exigem determinação, objectividade na ação, otimismo e cooperação, promovendo a harmonia e desenvolvimento comunitário transversal.
Mas só podemos mudar alguma coisa, se nós próprios quisermos mudar, se não ficarmos de braços cruzados à espera que as mudanças possam cair do Céu, aos trambolhões, ou que alguém faça esse trabalho por nós, acabando, depois, tantas vezes, por nos tornarmos críticos tão severos quanto injustos.
É pois, determinante melhorar competências, partilhando as nossas experiências, expondo os nossos medos e desafios, investindo no conhecimento e na formação pessoal e social, permitindo que desenvolvimento desabroche positiva, equilibrada e harmoniosamente, numa dimensão maior, esclarecida e amadurecida, que desperte, eduque e motive para a mudança. Esta consciencialização tão importante deverá levar-nos a despertar e a reparar no que se passa dentro de nós, o que para nós é importante e nos atrai, para evitarmos “adormecimentos, acomodamentos e relaxamentos” que se tornam inibidores do sucesso individual e não beneficiam o coletivo.
Por outro lado, importa ter sempre presente que a sabedoria assenta, sobretudo, na harmonia e no equilíbrio entre aquilo que sentimos e aquilo que sabemos, complementada na simbiose dessas duas realidades, num contexto de responsabilidade, de compromisso e de palavra, sendo certo que nos deve seduzir tudo aquilo que nos ajude a transformar positivamente e se torne transversalmente valioso, reconhecendo o empenho, o trabalho, a formação, a cultura e a amizade, sintonizando-nos com os outros e com nós próprios.
A vida moderna tornou-se tão complicada que, se quisermos estar, permanentemente, preparados para os desafios e atividades empreendedoras, temos de querer aprender, inovar, apostar sustentadamente em objetivos claros e definidos. Devemos manter-nos despertos e conscientes do momento presente, lutando pelos direitos e interesses individuais e coletivos, tendo em conta o futuro, evitando distrações ou desconcentrações, que podem ser fatais.
Por outro lado, é importante certificar-nos que as coisas importantes devem ser colocadas em primeiro lugar e que não devemos estar distraídos de modo a não aproveitarmos momentos, situações e oportunidades que enriqueçam a nossa vida e o nosso saber, por forma a estarmos preparados para responder aos problemas e situações difíceis que vão surgindo.
Reivindicar esclarecimentos e implementar projetos de mudança, obriga a um elevado espírito de disponibilidade, vontade e coesão das pessoas, gerando conhecimento e confiança pessoal e institucional, no sentido de potenciar sustentadamente o desenvolvimento regional.
Jamais se conseguem mudanças, progressos, ou desenvolvimentos sustentados, se não forem potencializados conhecimentos atualizados.

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3521

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