A opinião de ...

O aprisco, a porta e os caminhos

“Eu sou a porta das ovelhas” (Jo 10, 7). Excelente imagem a da porta! Quando assim te defines, Jesus, damo-nos conta da extraordinária graça que é a liberdade. O que nos liberta é a verdade (Cfr. Jo 8, 32). A porta é a tua verdade que nos convida, ao mesmo tempo, a permanecer e a sair!
“Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.” (Jo 10, 2) O Pastor percebe de portas, porque percebe de família. As ovelhas veem que, no modo de ele se abrir, podem entrar e sair por Ele. O Pastor é a Porta, no modo de substituir a parede escura da timidez e do comodismo, por um milagre de horizontes. O Pastor, pela sua disponibilidade em servir, torna-se saída e libertação, sem deixar de permanecer aconchego e confiança. Porque “esta disponibilidade para servir é a condição que torna possível ao Senhor transformar a nossa vida e humanizar o nosso mundo, a partir do nosso pequeno contributo, da nossa vida, do nosso grupo, da nossa casa, da nossa família” (Homilia de D. Nuno, a 12/06/2023).
O Pastor é um homem familiarizado com a busca de sentido(s), entendido naquela água da última ceia, que lava, repara e prepara os pés dos evangelizadores.
O Pastor, dizendo-nos que “a Palavra de Deus nos dá a consciência de sermos filhos amados de Deus e, por isso, irmãos de todos”, localiza as coordenadas do aprisco, o domicílio da nossa alegria, a Igreja, casa que nos dá identidade e de onde nos envia “a buscarmos sempre juntos (sinodalmente) caminhos pastorais mais fecundos e semeadores de esperança”.
D. Nuno, eis-nos disponíveis para servir, para ser Igreja “em saída”!

Ir. Maria José Oliveira, sfrjs

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3939

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