Alfândega da Fé

Congresso ‘Implica-te +’ permitiu refletir sobre os desafios da sociedade moderna

Publicado por Francisco Pinto/AGR em Qui, 2024-02-08 12:24

A vila de Alfândega da Fé acolheu, na sexta-feira, o congresso ‘Implica-te +’ que teve como o mote a” Atitude” de cada um, perante os mais diversos desafios da sociedade quer no passado, quer no presente e integrado na programação dos 80 º aniversários da congregação deste concelho ao Imaculado Coração de Maria.

“Vivemos num mundo onde se verificam cada vez mais dissonâncias. Em comunhão com outras forças vivas do concelho, tais como a autarquia, foi desenhado este Congresso, trabalhando assim o tema das Atitudes quer na vida pessoal, quer profissional e comunitária”, explicou ao Mensageiro o Pe. Manuel Ribeiro.

O sacerdote acrescentou ainda que esta realização é um movimento onde se pretendeu agregar “tudo e todos” para transformar “uma certa letargia que se encontra na vida social”.
“É preciso trabalhar as atitudes, porque também implica uma mudança. Trata-se de uma mudança de ser e de estar para que depois os efeitos sejam visíveis, foi este um dos objetivos da jornada”, vincou.

Presentes neste Congresso estiveram oradores e pessoas ligadas a vários setores da sociedade, desde forças de segurança, autarcas, IPSS’s, académicos, Igreja, entre outros quadrantes da vida quotidiana, em que cada um apontou caminhos na área de intervenção na sociedade.

Por seu lado, José Eduardo Franco da Universidade Aberta de Lisboa explanou o tema Grandes Protagonistas e Atitudes da História de Portugal: Perscrutando as causas dos progressos e retrocessos portugueses, falou dos protagonistas da história de Portugal que ao longo de 900 anos de história que ergueram Portugal, por vezes com momentos de retrocesso e outros de avanços.

“Houve figuras históricas da nação que se implicaram num projeto de autonomia e liberdade que foi começado com D. Afonso Henriques o momento fundacional da nação no século XII. Outro dos marcos foi a primeira república em 1910, onde se verifica uma mudança de regime significativa. Há 50 anos o 25 de abril foi igualmente outro importante marco histórico em Portugal com uma revolução que mudou o país para o atual regime”, explicou.

De acordo com o académico, para que um projeto siga em frente, como foi o caso da “construção” do país foi necessários “que alguém se implicasse, seriamente, acrescentado que “a implicação tem sempre dois lados: a implicação positiva da transformação e o lado de risco, já que semanticamente o verbo implicar pode ter duas leituras, ou seja, também a judicial”, disse.

“Todos os que se implicaram na história de Portugal colocaram em causa a sua sobrevivência em momentos decisivos, mas implicaram -se”, vincou.

Já a vice-presidente da câmara de Alfândega da Fé, Maria Manuel Silva, defendeu que todos terão de estar implicados na construção de uma sociedade rumo a um mundo pacifico.
O encerramento dos trabalhos ficou a cargo de D. Nuno Almeida, bispo de Bragança-Miranda, que explicou que o congresso “pretendeu provocar na comunidade a importância do empenho e compromisso de cada um no processo transformador e edificador de uma sociedade mais humana, justa e equitativa”. “Tudo isto, a partir da perspetiva crente, visando uma sociedade de filhos amados e irmãos”, sublinhou D. Nuno Almeida.

O prelado lembrou ainda que “toda a atitude implica a existência de um suporte ético e moral que a sustenta e a justifica”. “Portanto, as validações das nossas atitudes devem ser justificadas no (nosso) código ético-moral judaico-cristão, o mais humanista, o mais integral e o mais integrante dos códigos éticos”, frisou.

Para D. Nuno Almeida, “este Congresso pretendeu e conseguiu fomentar um debate sério sobre a temática proposta e envolver a todos no processo de mudança e/ou de consolidação, implicando os presentes a uma nova e renovada postura na sociedade, na família e no seu próprio projeto de vida, sempre sob a iluminação da Doutrina da Santa Igreja, guiado pelos valores perenes do Evangelho”.

Assinaturas MDB